Há um forte ruído de comunicação envolvendo o governo do Estado, através da Secretaria da Fazenda, o Comando-Geral da Brigada Militar e as entidades que representam oficiais e praças da corporação na questão relativa ao realinhamento salarial da família brigadiana.
Algumas posições tidas como oficiais estão fazendo água, com chocantes retrocessos do Piratini, o que está provocando um desconforto grave e generalizado na milícia gaúcha. Nesse campo, por ora, a primavera não anuncia flores brigadianas. Como um humilde marquês, tenho abordado o tema, constantemente, não obstante os ouvidos moucos da Praça da Matriz, e a ele retorno, pois trata-se de uma discussão do maior interesse de todos os segmentos da sociedade.
No dia 11 de agosto último, o Comandante-Geral da Brigada Militar, Coronel João Carlos Trindade Lopes, convocou as associações de classe da Brigada Militar para uma reunião extraordinária no auditório do quartel do comando-geral. Na ocasião, Trindade afirmou que falava em nome da governadora Yeda Crusius e que tinha autorização para fazer uma proposta de realinhamento salarial.
Nessa proposta, o salário de soldado seria de R$ 1.997,43, e o de capitão, R$ 7.094,00. Na platéia havia mais de 100 brigadianos, de todo o Estado, que ouviram a afirmação do Coronel Trindade de que estava acertado com a governadora o mês de março de 2010 como o prazo máximo para a implantação do realinhamento. Houve, inclusive, a distribuição de uma planilha dos novos salários.
No entanto, no dia 21 de setembro último, durante uma reunião na Secretaria da Fazenda, o diretor de pessoal, José Alfredo Parodis, afirmou que o Estado não faria o realinhamento salarial e ofereceu 3% para o ano de 2010, o que não chega a R$ 30 reais para cada soldado. O obscuro Parodis colocou por águas abaixo a palavra do Coronel Trindade, que falara em nome da governadora. Com isso, está se desenhando uma crise na segurança pública, prevista pelo presidente da AsofBM (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), Coronel Jorge Luiz Prestes Braga, que redundará em imensos prejuízos à população rio-grandense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário