segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ventos no RS poderão chegar a 130 Km/h



Vento deve fazer estragos antes do frio


A MetSul Meteorologia alerta os seus assinantes do Plano Safra para o potencial risco de vento muito forte a intenso antes, durante e após a passagem da frente fria pelo Rio Grande do Sul. A pressão atmosférica vai despencar amanhã no Centro e no Norte da Argentina, além do Rio Grande do Sul, passando a atuar uma corrente de jato em baixos níveis da atmosfera que trará rajadas intensas de vento quente e seco do quadrante Norte entre amanhã e quarta. O vento Norte moderado a forte deve afetar grande parte do Rio Grande do Sul e partes de Santa Catarina, mas deve ser mais intenso do Centro para o Norte do Estado e no Oeste e Sul catarinense. Áreas tradicionalmente sujeitas às rajadas mais fortes sob pré-frontal como a região de Santa Maria, a Serra, o Planalto Médio, a Serra do Botucaraí, o Alto Jacuí, as Missões e o Noroeste podem ter rajadas bastante forte a intensas de vento Norte que em alguns locais podem ficar entre 110 e 130 km/h, não se descartando velocidades mais altas em pontos isolados, sobretudo de relevo e de maior altitude. Em um segundo momento, na passagem da frente fria, as condições vão ser propícias ao registro de vendavais de curta duração acompanhando a chegada da chuva. Em pontos isolados, os vendavais podem ser intensos com rajadas superiores a 100 km/h. Grande parte do Rio Grande do Sul estará sujeito ao risco de vendavais pela passagem da frente entre a noite de terça e a primeira metade da quarta-feira, uma vez que a pressão atmosférica estará muito baixa em todo o território gaúcho. Finalmente, a advecção (ingresso) de ar frio no Rio Grande do Sul deve vir acompanhada de fortes a intensas rajadas de vento, sobretudo no Sul e no Leste do Estado. É nosso entendimento que no caso do Rio Grande do Sul, há potencial para danos em razão do vento forte com risco de destelhamentos, queda de árvores e postes, rompimento de cabos de energia, etc. Em particular, o maior potencial de danos se dará com o vento Norte pré-frontal e a passagem da frente fria, impulsionada por uma única e muito intensa massa de ar frio, sendo absurdas as informações publicadas na mídia hoje de que o Estado será afetado por duas massas de ar polar em 48 horas.


ADVERTÊNCIA METEOROLÓGICA ESPECIAL
A semana que começa será extraordinária do ponto de vista meteorológico no Conesul com uma seqüência de eventos extremos da mais variada ordem. Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul serão as áreas mais atingidas. O cenário é tão complexo que, para a melhor compreensão do que pode ocorrer, separamos por tópicos o que se pode esperar no decorrer dos próximos dias.
Ar quente e vento Norte – A pressão atmosférica cairá muito no Centro e no Norte da Argentina a partir desta segunda-feira, favorecendo uma corrente de jato em baixos níveis que transportará ar quente para o Sul e instabilizará a atmosfera. A atuação do jato será mais sentida no Rio Grande do Sul na terça-feira, com a elevação da temperatura e a intensificação do vento Norte, e na primeira metade da quarta-feira. Na noite de terça e entre a madrugada e a manhã de quarta é que se espera o vento Norte possa ser mais intenso, não se descartando danos ou transtornos pela sua atuação, em especial naquelas localidades tradicionalmente mais afetadas pelo fenômeno como na região de Santa Maria e a Metade Norte gaúcha. Devido à atuação do ar mais quente e instável já não se descarta chuva em parte do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira, sobretudo no Norte e no Oeste. Não se descarta que haja instabilidade nas demais regiões, acompanhando o avanço do ar quente nesta terça.
Ciclone extratropical – Um ciclone extratropical vai se formar na terça-feira junto à província de Buenos Aires. O processo de ciclogênese (formação do sistema) tende a ser explosivo, uma verdadeira bomba meteorológica, ou seja, com queda da pressão atmosférica superior a 24 hPa em um período de 24 horas. A pressão pode cair para valores perto de 990 hPa em cidades como Buenos Aires e Montevidéu. Com isso, a instabilidade deve ganhar muita força no Centro da Argentina e no Uruguai com chuva que pode ser forte a torrencial com acumulados localizados muito expressivos e vento com potencial de causar danos estruturais e risco à vida humana, possivelmente com rajadas superiores a 100 km/h em áreas costeiras e que podem atingir força de furacão. O cenário é de extrema preocupação para o Rio da Prata e entorno. Este ciclone deve ejetar rapidamente em direção à Antártida e no seu deslocamento deve se intensificar ainda mais, transformando-se em um superciclone no Atlântico Sul, semelhante ao que ocorreu na primeira semana de setembro de 2006. A pressão atmosférica do centro da baixa que já estará perto de 985 hPa na costa de Buenos Aires pode cair para valores entre 955 hPa e 960 hPa, uma vez que o ciclone alcançar o Oceano Antártico.
Frente fria e tempo severo – O ciclone, ao se formar, dará origem a uma frente fria que vai avançar pelo Norte da Argentina e o Sul do Brasil. Ao se deslocar para o Norte, encontrará uma atmosfera quente e com pressão atmosférica muito baixa. Valores de pressão entre 990 e 995 hPa não pode ser descartados em algumas cidades gaúchas. Haverá ainda a atuação de uma corrente de jato. Ademais, o gradiente (diferença) de temperatura entre as massas de ar divididas pela frente será enorme. Com isso, o potencial para tempo severo é enorme, mesmo que os modelos não apontem elevados índices de instabilidade. A MetSul Meteorologia, assim, adverte para o risco de temporais que podem ser intensos localmente. Não se desenha um sistema frontal como grande produtor de chuva, mas pode ocorrer chuva forte a torrencial de curta duração. No Sul e no Oeste já pode chover forte até o final desta terça, alcançando o mau tempo as demais regiões na quarta. Preocupa-nos, em especial, o risco de vendavais pelo cenário como um todo que se apresenta. Há a possibilidade de vento muito intenso localizado e mesmo atividade tornádica (formação de tornados) não pode ser descartada em vista do cenário semelhante ao que produziu tornados no mês de julho no passado (eventos ocorridos na Serra).
Frio intenso a extremo – A massa de ar polar que afetará a Argentina e o Uruguai a partir de quarta-feira trará frio extremo. Nos dois países, esta será uma das erupções de ar polar mais fortes desta década com potencial de ser histórica. Valores de temperatura em 850 hPa (1.500 metros) entre -8ºC e -10ºC são indicados pelos modelos para a província de Buenos Aires e o Sul do Uruguai, o que é muito raro de se observar. O Centro-Sul da Argentina e o Uruguai devem experimentar mínimas excepcionalmente baixas e máximas também muito baixas, mesmo com sol. O ar gelado vai invadir também o Sul do Brasil e com muita força. As menores marcas no nível de 850 hPa são esperadas para a Metade Sul, para onde os modelos indicam de -5ºC a -7ºC, mas no restante da região, mesmo que os valores no nível de 850 hPa não atinjam valores tão extremos como no Sul gaúcho e nos países do Prata, o frio será por demais intenso. A temperatura já começaria a despencar no Sul gaúcho no final da quarta-feira, tomando conta do Estado o ar polar na quinta, quando a sensação térmica seria muito baixa por efeito do vento com rajadas fortes a ocasionalmente intensas, particularmente no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul. No final da quinta-feira, antes mesmo da chegada da madrugada, já podem ser registrados valores de temperatura em superfície perto de 0ºC em muitos locais do Estado, até na Grande Porto Alegre. As máximas da quinta e, em particular, da sexta devem ser muito baixas, inferiores a 10ºC em um grande número de municípios. Em Porto Alegre, na sexta, pode ficar apenas ao redor de 10ºC, mesmo com a presença do sol. As madrugadas de sexta, sábado e do próximo domingo seriam gélidas no Rio Grande do Sul com marcas negativas generalizadas e que poderia ser registradas até em Porto Alegre e no Litoral, onde raramente a temperatura cai abaixo de zero. Na Grande Porto Alegre, com base nos mais recentes dados, poderiam ser registrados valores entre -2ºC e -4ºC em alguns pontos. Marcas de -3ºC a –5ºC, significativas até para a Serra, poderiam ser registradas na fronteira com o Uruguai, o que estaria perto de mínimas históricas. Nos Aparados, sobretudo em áreas de baixadas, não podem descartadas marcas de -4ºC a -6ºC, não se descartando valores ainda menores. O ar gelado traria frio muito intenso ainda para Santa Catarina e o Sul e o Oeste do Paraná. Na região de Curitiba e em São Paulo, o frio - nada de excepcional - seria úmido e acompanhado de chuva que pode ter até volumes elevados na segunda metade da semana. De todos os elementos desta análise, o que entendemos ainda mais sujeito a mudanças é o frio, sua intensidade e amplitude, logo os prognósticos de temperatura sofrerão ajustes no decorrer da semana.
Geada e neve – Dificilmente, se analisada a história, massas de ar polar tão intensas não trazem neve para o Sul do Brasil. Ocorre que todos os dados indicam que o ar estaria muito seco com a chegada do ar gelado ao Sul do Brasil devido à posição do ciclone, frustrando a ocorrência do fenômeno. No decorrer da semana, entretanto, existe a possibilidade dos modelos indicarem bandas de nebulosidade alcançando o Sul gaúcho ou mesmo formadas por levantamento vertical – relevo – do ar gelado. Na Argentina e no Uruguai, o cenário deve ser diferente. A circulação de umidade do ciclone deve alcançar a província de Buenos Aires e o Sul do Uruguai. Pode nevar com acumulação na província de Buenos Aires. As áreas mais propensas ao fenômeno seriam as regiões de Tandil, Bahia Blanca e Mar del Plata. Em Mar del Plata, a neve caiu com acumulação na história recente apenas em 1º de agosto de 1991, 10 de julho de 2004 e 9/10 de julho de 2007. Na Sierra de La Ventana, no Sul da província, pode nevar com maior acumulação. Não se pode descartar a precipitação de neve ou gelo na Capital Federal (Buenos Aires) e o conurbano (área metropolitana), mas não se espera uma repetição de 2007. Não se descarta que possa nevar ainda no Sul e Leste do Uruguai, inclusive em Montevidéu, com maior chance nos cerros. A última neve expressiva em Montevidéu se deu em 26 de junho de 1980, inclusive com acumulação. Em 1º de agosto de 1991, as serras de Minas no Uruguai ficaram brancas. Já a geada deve ser forte a severa de forma generalizada no Uruguai e no Centro da Argentina. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, igualmente se espera geada generalizada de intensidade moderada a forte com potencial enorme de ser severa em alguns locais.
Oceano – A atuação do ciclone e o forte swell de Sul deve gerar mar muito agitado especialmente nos litorais da Argentina e do Uruguai, mas as condições do mar devem se deteriorar e muito também na costa gaúcha na segunda metade da semana. Há o risco de ressaca na orla. Nas costas uruguaia e argentina não se descarta que em alguns pontos possa se dar o fenômeno da praia coberta de espuma, tal qual se deu na grande onda de frio de julho de 2000 em Punta del Este. Os modelos indicam ondas de até 25/27 pés (entre 7 e 8 metros) em alto mar nos litorais argentino e uruguaio, o que são vagas enormes e tipicamente vistas em tempestades de inverno nas costas nordeste dos Estados Unidos (Nor'easter) e da Europa (orkan na Alemanha).


Fonte: http://www.metsul.com/

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