terça-feira, 25 de agosto de 2009

PMs do Brasil se mobilizam em busca de melhores condições de trabalho e salários


Os policiais militares do Sergipe já lutaram e conseguiram um aumento salarial de cerca de 80%. Na Bahia, os policiais iniciaram um movimento histórico, sem precedentes, chamado de movimento “Polícia Legal”, que tem como um dos objetivos estabelecer um piso salarial de R$ 4.000,00. Na cidade de Campina Grande, Paraíba, houve a caminhada pela aprovação da PEC 300, que contou com a participação dos deputados Major Fábio, Capitão Assunção, Mendonça Prado e outros. Em Minas Gerais, começam a surgir os primeiros sinais de mobilização.

Tenho acompanhado também o site do Deputado Sargento Rodrigues. Não vi nenhum pronunciamento sobre reajuste salarial. É uma pessoa pela qual os PMs de Minas Gerais têm grande admiração e respeito. Foi expulso da corporação por ser um dos líderes do movimento de 97. Já está em seu terceiro mandato. Vem lutando pela classe, motivo pelo qual foi reeleito.

No Rio Grande do Norte, seguindo a programação do Movimento Polícia Legal (MPL), hoje ocorre durante todo o dia em frente à sede da Associação de Cabos e Soldado-PMRN a coleta de sangue dos voluntários (na maioria policiais militares), através do apoio do Hemonorte e seu posto móvel. A ação, intitulada de “A POLÍCIA DOA O SANGUE À SOCIEDADE“, fora anunciada durante a assembleia, ganhou força no Orkut e nos blogues afins. Cabo Heronides e Guerreiros do RN.

A busca por doadores de sangue é algo comum nas organizações militares. Mas dessa vez a iniciativa vai além do gesto de caridade, ela tem valor simbólico. A escolha da data não foi por acaso. 25 de agosto é o dia do soldado, nada mais apropriado do que comemorá-lo fazendo o que se espera de um milico: ajudando a sociedade. Além disso, o ato serve para uma analogia óbvia. Sempre se diz que o policial dá o sangue pela sociedade e agora essa afirmação ganha um sentido literal. E por fim, o principal objetivo da campanha: a demonstração de que a categoria tem buscado outras maneiras mais produtivas e benéficas para a população de chamar a atenção para suas reivindicações sem apelar para medidas drásticas como uma paralisação.

Na atual conjuntura, a questão salarial não se resume apenas a recomposição de perdas inflacionárias. Isso é obrigação do governo. O que estamos falando é em valorização, em uma remuneração ao servidor militar à altura da complexidade e responsabilidade de sua atividade.

Reflito muito sobre a situação dos sargentos. Não que seja uma graduação mais importante do que as demais. Serve apenas de parâmetro. Atualmente, o sargento tem uma carga enorme de responsabilidades. Comanda destacamentos, ou seja, o policiamento de um Município. Comanda guarnição de radiopatrulha. Comanda operações e Grupos de Operações Especiais. Além disso, ainda é determinado a elaborar sindicâncias que, diga-se de passagem, são muito mais complexas do que IPMs, haja vista que é preciso oportunizar ao sindicado as garantias da ampla defesa e do contraditório. Tudo como encargo (tem gente que fala em "sobrecargo"), a serem realizados fora do horário de serviço. Todos esses procedimentos tem prazo, forma...

Eu falei sobre a situação de um sargento. E a situação de um soldado, com filhos, pagando aluguel, água, luz, telefone, supermercado, remédio, material escolar... Quais são os sonhos desse profissional? Como vive esse profissional que se lança noite e dia no combate à criminalidade?

Estamos todos juntos nessa luta e juntos somos fortes!

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