domingo, 31 de outubro de 2010

REVISTA ÉPOCA: O que Pensam os Profissionais da Segurança Pública?

A vida de policial no Brasil não é fácil. E raramente dá motivos para se orgulhar. Os salários são baixos, o treinamento é falho, as armas e os equipamentos são insuficientes para enfrentar o crime. Isso, todos sabem. Mas, até agora, pouca gente havia se preocupado em saber o seguinte: O que pensam os profissionais de segurança pública no Brasil?. Esse é o nome de uma pesquisa inédita feita com 64 mil policiais em todo o país pelo Ministério da Justiça em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Com 115 páginas, o estudo, cuja íntegra foi obtida em primeira mão por ÉPOCA, mostra, em números, não só quanto o policial brasileiro é despreparado, mas também como ele é humilhado por seus superiores, torturado nas corporações e discriminado na sociedade. O levantamento revela quem são e o que pensam os policiais  e quais suas sugestões para melhorar a segurança no país. Se o diagnóstico feito pelos próprios agentes é confiável, a situação que eles vivem é desalentadora: um em cada três policiais afirma que não entraria para a polícia caso pudesse voltar no tempo. Para muitos deles, a vida de policial traz mais lembranças ruins do que histórias de glória e heroísmo.

O PM aposentado Wanderley Ribeiro, de 60 anos, hoje presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro, faz parte de um dado sombrio das estatísticas que a pesquisa revela. Como ele, 20% dos agentes de segurança afirmam ter sido torturados durante o treinamento. Trata-se de um índice altíssimo  um em cada cinco. Segundo Ribeiro, em seu curso de formação ele foi levado a uma sala escura com outros recrutas. Os oficiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e trancaram a porta. Do lado de dentro, os recrutas gritavam desesperados implorando para sair. Muitos desmaiaram. Quando eles abriram a porta, nós já saímos levando socos e chutes e sendo xingados, afirma Ribeiro. Tive de fazer tratamento médico porque fiquei com problemas respiratórios. E qual é a razão desse tipo de treinamento? Eles tratam o policial como um animal, dizem que o PM tem de ser um animal adestrado. Depois, soltam esse animal em cima da sociedade?, diz.

Além da tortura, os policiais são vítimas de assédio moral e humilhações. Em Manaus, um oficial que prefere não se identificar conta que foi impedido de sair do serviço no Dia das Mães. Eu estava saindo e me perguntaram se eu tinha servido água no jarro do instrutor. Eu tinha esquecido, diz. Eles me fizeram passar o dia enchendo um bebedouro de 300 litros com uma tigela onde só cabiam 300 mililitros, afirma o PM, que publicou num blog imagens de alunos fazendo flexões com a cara virada para um meio-fio imundo.

A pesquisa demonstra que há um sofrimento psicológico muito intenso. Essa experiência de vida acaba deformando esses policiais, que tendem a despejar sobre o público essa violência, diz o sociólogo Marcos Rolim, professor de direitos humanos do Centro Universitário Metodista e um dos autores do estudo. Passamos os anos da ditadura encarando os policiais como repressores e defendemos os direitos humanos, mas nos esquecemos dos direitos humanos dos próprios policiais.

O levantamento mostra também que casos como o da morte do coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva não são fatos isolados, como frequentemente os comandantes procuram fazer crer. Evandro levou um tiro de um assaltante e morreu sem socorro. Um capitão e um sargento abordaram os bandidos e, em vez de prendê-los, ficaram com o tênis e a jaqueta de Evandro, roubados por eles. A corrupção é prática comum na corporação, e os oficiais como o capitão são até mais condescendentes com ela do que os praças.

Entre os policiais de alta patente, 41,3% disseram que fingiriam não ter visto um colega recebendo propina. Já entre os praças, o porcentual cai para 21,6%. Chama a atenção o número dos superiores que ainda tentariam se beneficiar da propina: 5,1% dos delegados e 2,8% dos oficiais da PM disseram que pediriam sua parte também, em comparação a 3,7% dos policiais civis e 2,1% dos praças. Paradoxalmente, 78,4% dos policiais consideram muito importante combater a corrupção para melhorar a segurança no país.

São números que explicam por que a polícia é tão estigmatizada pela sociedade: 61,1% dos agentes dizem que já foram discriminados por causa de sua profissão. Tanta carga negativa faz com que policiais até escondam sua vida profissional. Tenente da PM do Rio, Melquisedec Nascimento diz que um namoro recente acabou porque os pais da moça não aceitavam que ela ficasse com um policial. Você só pode dizer que é da polícia depois que a mulher está apaixonada. Se disser antes, ela corre. Todo mundo acha que o policial é um brucutu corrupto. Outro dia eu ia a uma festa e o amigo soletrou para mim o nome da rua: Claude Monet. Ele achou que só porque eu sou policial não saberia quem foi Monet, diz ele.
 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

TROPA DE ELITE 2 - O Reconhecimento pelas Forças Nacionalistas, Diante da Negritude do Quadro Político Sucessório

"Tropa de Elite 2" é talvez, uma das maiores produções cinematográficas, no viés da crítica e do esclarecimento sobre as malversações dos acordos esdrúxulos dentro das instituições governamentais. O cinema onde assisti estava lotado e, ao final, o público, de pé, aplaudiu pelo desfecho, que retrata uma violência urbana, como ponta de "iceberg", sustentada, ocultamente, por um poder, totalmente, conspurcado. Foi uma manifestação de negação, por tudo que se apresenta nos últimos tempos, na vida nacional.

            Existem diversos capitães e coronéis Nascimentos no Serviço Público. São cidadãos, civis e militares, descartados por não aceitarem alianças veladas em detrimento da reta conduta e, sobretudo, do bem administrar o dinheiro e o patrimônio do povo.

            Acho que chegou a hora dos organismos de segurança pública e defesa nacional outorgarem uma comenda ao produtor José Padilha, por idealizar um roteiro, de acordo com tudo que é repudiado nos Centros de Altos Estudos, à medida que se ministram temas como Fundamentos Axiológicos.

            Suas coragem e criatividade exibiram a realidade corrupta do Poder paralelo. Esse digno Diretor desviou-se de seus pares que preferem fazer produções realçando a época dos Governos Militares, com o tom da ditadura ou da repressão política, a fim de estarem alinhados com a Agência Nacional do Cinema (ANCINE), porém totalmente fora de foco, por olhar um Brasil pelo retrovisor. É a morte dos intelectóides esquerdistas, diante do recrudescimento de novos atores, na habilidade produtiva de enredos a serem exibidos nas salas de projeções. 

            Semana passada, quando houve a estréia do filme, ouvi no noticiário da CBN que Tropa de Elite 2 é lançado quando o Rio de Janeiro está sendo vítima de diversos arrastões. Eu já diria que Tropa de Elite 2 é lançado, oportunamente, às vésperas do segundo turno.

            Isso se deve ao que se estampa na mídia: dissimulações em todos os níveis, acordos incoerentes entre partidos, mentiras deslavadas, cartas de intenções tentando agradar algumas classes, tudo para vender, simultaneamente, a alma a Deus e ao Diabo, em prol do voto. Descriminalização do aborto, apoio ao movimento gay, repúdio a símbolos religiosos e revanchismo não são mais assuntos das pautas dos atuais concorrentes, como alguns personagens do filme, em seus papéis de autoridade, fazem no instante que se acovardam, mudando seus discursos, ao terem ciência que a justiça apura a verdade sobre suas falcatruas. Hoje, estou vendo políticos comparecerem a santuários e outros procurarem militares, conduta que, ao longo de suas vidas, até onde sei, eram incompatíveis com suas personalidades. É um absurdo!

            Tropa de Elite 2, segundo a minha ótica, é justamente um drama na tentativa de denunciar essas simulações que confundem a Sociedade, para obtenção de dividendos escusos, em todos os sentidos. É desnudar o manto da vilania sem truculência. É apontar a sordidez dos grupelhos instalados no Poder.

            Acho que a obra deveria ser exibida nas cúpulas das Secretárias de Segurança estaduais, bem como no Congresso Nacional, seguido de debate, como acontece nos cine-clubes.

            Posso estar sendo interpretado como inocente? Ou de acreditar em Papai Noel?, mas pelo menos essa é a contribuição moral, diante, às vezes, da covarde zombaria dos medíocres de plantão, extasiados e estáticos com os esquemas malévolos saqueadores da ordem e do progresso.

            Reconhecer a arte como instrumento de educação ética é usar de inteligência. Admitir talentos de novos produtores cinematográficos, que contaminam a boa prática da cidadania, com seus trabalhos, como José Padilha, é ser hábil na conquista de corações e mentes. Enfim, recompensar os novos roteiristas, que primam por uma arte limpa e esclarecedora, é angariar parceiros dignos para as boas obras serem difundidas no mundo midiático.

            Premiar José Padilha, com nossas ordens medalhísticas, é exaltá-lo como nacionalista, contrastando a infame indicação de Lula, O Filho do Brasil ao Oscar, por questões, meramente, política e eleitoreira, a partir de uma comissão indicada pelo Ministério da Cultura e pela Academia Brasileira de Cinema. Vê-se, portanto, uma comissão cultural a transformar-se no tribunal da vergonha artística. A suposta preferência por esse filme ao Oscar, em termos unânimes, como foi anunciada, zomba-se da Nação, por acreditar que todos os brasileiros pensam pela boca do estômago, correndo atrás do bolsa família. É ignorar, ardilosamente, a negação do longametragem, pela crítica nacional e estrangeira, mas não importando, já que esse gesto beneficiará o quadro eleitoral, em prol de uma candidatura. "Os fins justificam os meios", já dizia Maquiavel.

            Por fim, reitero que laurear José Padilha é promover o Tenente-Coronel Nascimento a Oficial General, para que Tropa de Elite 3, ao ser exibido futuramente nas telas, mostre ao Brasil que, apesar da indigente conduta do nosso homem público, ainda há uma classe de guardiões velando pela democracia e o bem comum do País.


 Antonio Celente Videira

Depois da Eleição do Tiririca...

Por Arnaldo Jabor

Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade. ..
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.
- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias  em São Paulo , ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.

Já foi; hoje é uma qualidade  em baixa.
Se  você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.


- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira..

Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático.. Mentira.

Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

Democracia isso? Pense !

O famoso jeitinho brasileiro.
Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto.... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?? ?
Grande coisa...

O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro !?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:


O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

As Dez Pragas do Sistema Criminal Brasileiro

René Ariel Dotti
Professor de Direito Penal,
advogado e membro do Movimento Antiterror

A tendência do Congresso Nacional em editar uma legislação de pânico para combater o surto da violência e a criminalidade organizada, caracterizada pelo aumento da pena de prisão e o isolamento diuturno de alguns condenados perigosos durante dois anos – além de outras propostas fundadas na aritmética do cárcere - revelam a ilusão de combater a violência do crime com a violência da lei. Nesse panorama em que a emoção supera a razão do legislador, recrudesce o discurso político e se aviventam os rumos na direção de um direito penal do terror.

Os apóstolos dessa ideologia que considera o delinqüente como inimigo interno e irrecuperável socialmente não estão vendo a multiplicação dos crimes hediondos (seqüestro, latrocínio, roubo relâmpago, homicídios, tráfico de drogas, etc.) apesar da severidade da lei penal. Não percebem ou fingem não perceber que o crime organizado tem seus vasos comunicantes com a desorganização do Estado. Ignoram que a lei penal – por si só – jamais irá desmantelar esse estado paralelo que afronta a autoridade pública e intimida a população civil condenada a ficar no meio dos beligerantes (policiais e traficantes), desviando-se das "balas perdidas", essa enganosa expressão que mascara o anonimato e dilui a responsabilidade.

Os fenômenos da violência descontrolada e do crime organizado são frutos da omissão e incompetência dos poderes públicos de todos os níveis. Nessa quadra da história da República, a segurança dos cidadãos (como princípio, direito, garantia e valor) vem sendo atacada por uma corrente de malefícios que podem ser comparados às dez pragas do Egito, reveladas no Êxodo, o segundo Livro da Bíblia: as águas tornaram-se sangue, as rãs, os piolhos, as moscas, a peste nos animais, as úlceras e os tumores nos homens e nos animais, o granizo, os gafanhotos, as trevas e a morte dos primogênitos.

O cotidiano dos cidadãos mostra os quadros da impotência e do medo causados pelos vícios e erronias do sistema criminal. Independentemente da ordem de apresentação elas também assumem a conformação de calamidades bíblicas. Aqui e ali existem determinadas afinidades que não podem ser ignoradas, como, por exemplo as chacinas na periferia dos grandes centros urbanos (as águas tornam-se em sangue); o sentimento de insegurança (as úlceras e os tumores nos homens e nos animais); a corrupção funcional (os gafanhotos); as organizações criminosas (as rãs que "subirão sobre ti e sobre o teu povo"); a inflação legislativa (as moscas – "a terra foi corrompida desses enxames"); e a marginalização social (as trevas).

Existem graves e intoleráveis males na administração pública, nos meios de comunicação e em setores políticos e sociais que não podem ser desconhecidos ou sonegados ao debate atual. A segurança pública não deve continuar a ser essa Caixa de Pandora de onde, segundo a mitologia, saíram todos os males que inundaram a terra.

Eles podem ser apontados:

1º) a carência de recursos humanos, materiais e tecnológicos das instâncias formais responsáveis pela prevenção e repressão da criminalidade;
2º) o salário de fome pago aos policiais de um modo geral;
3º) a falta [de sistemas integrados] de informação e inteligência;
4º) o confronto de atuações entre a Polícia Militar e a Polícia Civil;
) o discurso político que, em lugar de racionalizar os problemas, provoca a inflação legislativa e abusa de recursos demagógicos e ineptos como esse de transferir audiências de presos do fórum para o interior dos presídios;
6º) as distorções da investigação criminal que mantém o mumificado inquérito policial dos anos 40, de burocracia tentacular, fonte de corrupção e abusos;
7º) o desvirtuamento das delegacias de Polícia, esses depósitos infectos de presos culpados e inocentes, sucursais do inferno que procuram transformar o investigador em carcereiro;
8º) a massificação dos serviços forenses que não permite ao magistrado examinar melhor os casos e conhecer as pessoas que estão julgando;
9º) a crise dos estabelecimentos penais, com suas rebeliões carcerárias que misturam presos menores e maiores, primários e reincidentes, perigosos ou não;
10) A falta de integração entre os agentes do sistema, ou sejam, policiais, promotores, juízes, defensores públicos e servidores penitenciários, os quais somente falam entre si através da frieza dos papéis.

Mas apesar de tudo isso, ainda restou a esperança no fundo da Caixa de Pandora. Esperança que no dizer do Padre Vieira "é mais doce companheira da alma".

Paraíba em Festa: PEC 300 é aprovada

APROVADO: com parecer oral da CCJ e da CO, ALPB acata por unanimidade a PEC 300; projeto amplia os salários de policiais e bombeiros da Paraíba

Os deputados paraibanos aprovaram por unanimidade, na manhã desta quarta-feira (26), a PEC 300. A matéria recebeu o parecer oral favorável da Comissão de Constituição e Justiça, através do deputado Gervásio Maia (PSDB), da Comissão de Orçamento, através do deputado João Gonçalves (PSDB) e da Comissão de Serviço Público, através do deputado Fabiano Lucena (PSDB).

Nesta quarta-feira (27), a bancada do governo compareceu ‘em peso’ à sessão na Assembleia Legislativa para colocar o projeto na pauta de votação. Já a maioria dos deputados de oposição não se encontravam em plenário. A sessão contou com a presenças de 19 deputados.

Representantes das categorias já comemoram a aprovação do projeto pelas ruas da cidade. Vários representantes das categorias estão em frente à Assembleia comemorando as aprovações dos projetos. O Major Fábio (DEM) esteve presente à sessão e foi bastante saudado pelos policiais que lotaram as galerias da Casa de Epitácio Pessoa.

Valores

Para elaboração dos projetos, que foram apelidados de “PEC-300”, a equipe econômica e administrativa do Poder Executivo Estadual tomou como base a tabela de vencimento dos policiais de Sergipe, que efetua, por graduações, os seguintes pagamentos:

Coronel: R$ 12.401,62;

Tenete Coronel: R$ 10.784,02;

Major: R$ 9.885,35;

Capitão: R$ 8.599,70;

1º Tenente R$ 7.166,41;

2º Tenente R$ 5.733,13;

Aspirante: R$ 5.512,63;

Subtenente: 4.793,59;

1º Sargento: R$ 4.566,32;

2º Sargento: R$ 4.004,67;

3º Sargento: R$ 3.512,87;

Cabo: R$ 3.193,52;

Soldado 1ª classe: R$ 3.012,75


Bom, não é a PEC 300 original que ainda está em discussão no Congresso, mas é um aumento significativo nos salários dos PMs daquele estado. Só pra se ter idéia, um Soldado de 1ª Classe, recém formado, recebe mais do que eu, que sou 1º Sargento  com 17 anos de serviço e toda responsabilidade da Graduação.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

PM do Paraná: subsídio e R$ 5 mil iniciais


Mais uma corporação policial militar brasileira reconhece a necessidade de valorização profissional de seus homens: a Polícia Militar do Paraná. A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou a Proposta de Emenda Constitucional número 64, a PEC 64, que traz mudanças significativas na política salarial e de carreira da PMPR. Algumas mudanças implementadas:
- A Policia Militar e o Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná, passam a perceber como remuneração, o subsídio, em parcela única, não havendo mais o compilado de soldo + gratificações;

- Exigir-se-á, para o preenchimento do cargo, na Polícia Militar do Paraná, além de outras condições definidas em lei, curso de nível superior para ingresso como Soldado de Segunda Classe e curso de Direito para ingresso na carreira de Oficial do Quadro de Oficiais Policiais-Militares e curso de Engenharia para ingresso no Quadro de Oficiais Bombeiros-Militares;

- A remuneração, sob a forma de subsídio passa a ser fixada com a diferença de 5% de uma para outra classe, aos servidores públicos integrantes da Carreira Jurídica Especial de Advogado dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado do Paraná.

Através das medidas acima, os PMs e BMs do Paraná receberão apenas 5% a menos que os servidores da justiça (promotores, juízes etc). De acordo com o site da Assembleia Legislativa do Paraná, “a PEC proporcionará um ganho adicional sobre os vencimentos da categoria, com o salário inicial de aproximadamente R$ 5 mil”.
 
Parabéns aos PM’s do Paraná, e que os ventos da boa vontade política e da mobilização da categoria soprem em outros estados brasileiros…

Fonte: Abordagem Policial

Relator evita criar expectativas sobre data para votação de piso para policiais e bombeiros

Relator da PEC 300, o deputado Major Fábio, do DEM da Paraíba, não confia na votação do texto ainda neste ano.

A proposta de emenda à Constituição que estabelece piso salarial para policiais e bombeiros foi aprovada em primeiro turno em julho e, desde então, os profissionais aguardam votação em segundo turno para que o texto siga para o Senado.

Sem paciência com os adiamentos, os policiais chegaram a confrontar equipes de segurança da Câmara.

Agora, apesar da garantia do líder do governo no Congresso, deputado Gilmar Machado, de votar a PEC logo após as eleições, o deputado Major Fábio prefere não criar expectativas.

"Eu não adivinho e não tem como adivinhar, não. Já fiz esse prognóstico não sei quantas vezes. Até o presidente prometeu não sei quantas vezes e não cumpriu. Então, agora, para dizer que vai votar é muito difícil. (...) Quando se fala em pagar trabalhador, aí tem essas dificuldades. Se encontra logo uma breve na Constituição para dizer que é inconstitucional. (...) A gente escuta gente pegando dinheiro aí de todo jeito, corrupção de um lado, do outro, de toda qualidade. Agora, para pagar trabalhador o dinheiro não sobra de jeito nenhum".

A maior dificuldade para aprovação do texto era a demanda dos policiais pelo determinação de valores para o piso: de R$ 3,5 mil para praças e agentes e de R$ 7 mil para delegados e oficiais de polícia.

Mas acordo entre o governo e as lideranças da categoria permitiram a aprovação da PEC em primeiro turno, sem os valores nominais.

A emenda à Constituição garantirá o piso, e lei federal definirá os valores, que serão pagos na forma de subsídio.

A mesma lei, que deverá ser enviada ao Congresso pelo Executivo em até 180 dias após a promulgação da emenda, criará um fundo para ajudar os estados a cumprir o novo piso.

Para Gilmar Machado, do PT mineiro, isso foi suficiente para resolver as pendências em torno do texto. Segundo ele, os líderes devem entrar em acordo para colocar a PEC em votação logo após as eleições.

"Você não pode colocar valor na Constituição. Então, do jeito que ficou, o texto garantindo exatamente que há a criação do piso e, a partir daí, em leis ordinárias, você estabelece os valores, isso equaciona e resolve o problema e permite que tanto o novo governo quanto os governos dos estados negociem os valores para que a gente possa melhorar a remuneração e a valorização de todos os policiais neste país".

Outro texto relacionado à segurança pública que aguarda apreciação na Câmara é a PEC 308, que cria a polícia penitenciária. Mas essa votação, segundo Gilmar Machado, deve ficar para a próxima legislatura.


De Brasília, Verônica Lima - Agencia Câmara

domingo, 24 de outubro de 2010

Revista Veja: A ousadia dos aloprados não tem limite

Diálogos entre autoridades revelam que o Ministério da Justiça, o mais antigo e tradicional da República, recebeu e rechaçou pedidos de produção de dossiês contra adversários
Gustavo Ribeiro - Revista Veja
RELAÇÕES PERIGOSAS: As conversas às quais VEJA teve acesso mostram que o braço direito do presidente Lula, Gilberto Carvalho, e a candidata à Presidência Dilma Rousseff tentaram usar o Ministério da Justiça para executar “tarefas absurdas”

RELAÇÕES PERIGOSAS: As conversas às quais VEJA teve acesso mostram que o braço direito do presidente Lula, Gilberto Carvalho, e a candidata à Presidência Dilma Rousseff tentaram usar o Ministério da Justiça para executar “tarefas absurdas” (Montagem Sambaphoto/Folhapress)
 
Estamos a menos de uma semana das eleições e, como escreveu o correspondente Stuart Grudgings, da agência noticiosa Reuters, políticos e jornalistas correrão às bancas mais próximas para ver se será esta a edição de  VEJA  que vai abalar a liderança de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. Embora a análise do funcionário da Reuters demonstre um total desconhecimento do que seja jornalismo, atividade em que os fatos fazem as notícias e não o contrário, ele acertou em seu diagnóstico a respeito da ansiedade que as capas de  VEJA  provocam no meio político.

A reportagem que se vai ler a seguir não foge à regra. Ela revela, talvez da maneira mais clara até hoje, o tipo de governo produzido pela mentalidade petista de se apossar do estado, aparelhá-lo e usá-lo em seu benefício partidário.  VEJA  já havia demonstrado nas reportagens “O polvo no poder” e “A alegria do polvo” como a Casa Civil fora transformada em um balcão de negócios, em que maços de dinheiro vivo apareciam nas gavetas de escritórios a poucos metros da sala do presidente da República. A presente reportagem relata as tentativas ousadas de petistas de alto coturno de conspurcar um dos mais antigos e venerandos ministérios da República, o da Justiça.
Jose Cruz/Abril
Pedro Abramovay, atual secretário nacional de Justiça, em conversa com seu antecessor, Romeu Tuma Júnior
“Não aguento mais receber pedidos da Dilma e do Gilberto Carvalho para fazer dossiês. (...) Eu quase fui preso como um dos aloprados.”

Pedro Abramovay, atual secretário nacional de Justiça, em conversa com seu antecessor, Romeu Tuma Júnior
É conhecido o desprezo que o PT nutre pelas instituições republicanas, mas o que se tentou no Ministério da Justiça, criado em 1822 por dom Pedro I, ultrapassa todas as fronteiras da decência. Em quase 200 anos de história, o ministério foi chefiado por homens da estatura de Rui Barbosa, Tancredo Neves e quatro futuros presidentes da República. O PT viu na tradicional instituição apenas mais um aparelho a serviço de seu projeto de poder. Como ensina Franklin Martins, ministro da Supressão da Verdade, “às favas com a ética” quando ela interfere nos interesses políticos e partidários dos atuais donos do poder. 

VEJA  teve acesso a conversas entre autoridades da pasta que revelam a dimensão do desprezo petista pelas instituições. Os diálogos mostram essas autoridades incomodadas com a natureza dos pedidos que vinham recebendo do Palácio do Planalto. Pelo que é falado, não se pode deduzir que o Ministério da Justiça, ao qual se subordina a Polícia Federal, cedeu integralmente às descabidas investidas palacianas. “Não aguento mais receber pedidos da Dilma e do Gilberto Carvalho para fazer dossiês. (...) Eu quase fui preso como um dos aloprados”, disse Pedro Abramovay, secretário nacional de Justiça, em conversa com seu antecessor, Romeu Tuma Júnior. Abramovay é considerado um servidor público exemplar, um “diamante da República”, como a ele se referiu um ex-ministro. Aos 30 anos, chegou ao Ministério da Justiça no início do governo Lula pelas mãos do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. A frase dele pode confirmar essa boa reputação, caso sua “canseira” tenha se limitado a receber pedidos e não a atender a eles. De toda forma, deveria ter denunciado as ordens impertinentes e nada republicanas de “produzir dossiês”.

Mesmo um alto funcionário com excelente imagem não pode ficar ao mesmo tempo com a esmola e o santo. Em algumas passagens da conversa, Abramovay se mostra assustado diante das pressões externas e diz que pensa em deixar o governo. Não deixou. Existem momentos em que é preciso escolher. Antes de chegar ao ministério, ele trabalhou no gabinete da ex-prefeita Marta Suplicy, na liderança do PT no Senado e com o senador Aloizio Mercadante. Vem dessa etapa da carreira a explicação para a parte da frase em que ele diz “quase fui preso como um dos aloprados”. A frase nos leva de volta à campanha eleitoral de 2006, quando petistas foram presos em um hotel ao tentar comprar um dossiê falso contra José Serra. A seu interlocutor, Abramovay sugere ter participado do episódio e se arrependido, a ponto de temer pedidos semelhantes vindos agora do Palácio do Planalto. Ele disse que quase foi preso na época do escândalo e que, por isso, teve de se esconder para evitar problemas. “Deu ‘bolo’ a história do dossiê”, comenta. Em pelo menos três ocasiões, Abramovay afirma que não está disposto a novamente agir de forma oficiosa. E justificou: “...os caras são irresponsáveis”.
Dida Sampaio/AE
Romeu Tuma Junior, ex-secretário nacional de Justiça
“O Pedro reclamou várias vezes que estava preocupado com as missões que recebia do Planalto. Ele realmente me disse que recebia pedidos da Dilma e do Gilberto para levantar coisas contra quem atravessava o caminho do governo.”
Romeu Tuma Junior, ex-secretário nacional de Justiça

Os diálogos aos quais a reportagem teve acesso foram gravados legalmente e periciados para afastar a hipótese de manipulação. As ordens emanam do coração do governo — do chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e da candidata a presidente, Dilma Rousseff. A conversa mais longa durou cinquenta minutos e aconteceu em janeiro deste ano, no gabinete do então secretário nacional de Justiça e antecessor de Abramovay no cargo, Romeu Tuma Júnior. Os interlocutores discutem a sucessão do ex-ministro Tarso Genro. Ao comentar sobre o próprio futuro, Abramovay revela o desejo de trabalhar na ONU. Em tom de desabafo, o advogado afirmava que já não conseguia conviver com a pressão. Segundo ele, a situação só ia piorar com a nomeação para o cargo de Luiz Paulo Barreto, então secretário executivo, pela falta de força política do novo ministro, funcionário de carreira da pasta, em que também angariou excelente reputação. “Isso (o cargo de ministro) é maior que o Luiz Paulo. (...) Agora eles vão pedir... para mim... pedir para a Polícia (Federal)”, desabafou.

Procurado por  VEJA, Abramovay disse: “Nunca recebi pedido algum para fazer dossiês, nunca participei de nenhum suposto grupo de inteligência da campanha da candidata Dilma Rousseff e nunca tive de me esconder — ao contrário, desde 2003 sempre exerci funções públicas”. Romeu Tuma Júnior, seu interlocutor, porém, confirmou integralmente o teor das conversas: “O Pedro reclamou várias vezes que estava preocupado com as missões que recebia do Planalto. Ele me disse que recebia pedidos de Dilma e do Gilberto para levantar coisas contra quem atravessava o caminho do governo”. Acrescentou Tuma: “Há um jogo pesado de interesses escusos. Para atingir determinados alvos, lança-se mão, inclusive, de métodos ilegais de investigação. Ou você faz o que lhe é pedido sem questionar, ou passa a ser perseguido. Foi o que aconteceu comigo”, afirma o ex-secretário, que deixou a pasta em junho, depois que vieram a público denúncias de que teria relacionamento com a máfia chinesa. Tuma Júnior atribui a investigação contra si — formalmente arquivada por falta de provas — a uma tentativa de intimidação por parte de pessoas que tiveram seus interesses contrariados. Ele não quis revelar quais seriam esses interesses: “Mas posso assegurar que está tudo devidamente documentado”.

 
Sergio Lima/Folhapress
Para o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa (direita), se valeu do aparato policial para monitorar autoridades. O ministro suspeitou que ele próprio houvesse sido vítima de grampos ilegais e que até o presidente Lula tivesse sido constrangido por Corrêa
Para o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o diretor da PF,
Luiz Fernando Corrêa (à dir.), se valeu do aparato policial para
monitorar autoridades. O ministro suspeitou que ele próprio
houvesse sido vítima de grampos ilegais e que até o presidente
Lula tivesse sido constrangido por Corrêa
 
O clima de desconfiança no Ministério da Justiça contaminou até o mais alto escalão. A certa altura das conversas, o chefe da pasta, Luiz Paulo Barreto, manifesta suspeita de que seu subordinado Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal, o espione. Em inúmeras ocasiões, Barreto revelou a seus assessores não ter ascendência sobre Corrêa. O ministro chega a expressar em voz alta sua desconfiança de que o diretor da PF tem tanto poder que se dá ao luxo de decidir sobre inquéritos envolvendo pessoas da antessala do presidente da República. Um desses casos é relatado por Barreto em conversa no seu próprio gabinete, ocorrida em meados de maio. À sua chefe de gabinete, Gláucia de Paula, Barreto fala sobre o possível indiciamento de Gilberto Carvalho, braço direito do presidente Lula. Em 2008, a PF interceptou telefonemas em que o chefe de gabinete da Presidência conversava com o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos investigados na Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas.
Fotomontagem
Em um dos diálogos, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto (esquerda), sua chefe de gabinete, Gláucia de Paula, e o então secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior conversam sobre a origem do poder do diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa — que teria conseguido, entre outras coisas, evitar o indiciamento de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula.
Em um dos diálogos, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto (à esq.),
sua chefe de gabinete, 
Gláucia de Paula, e o então secretário nacional de Justiça Romeu

Tuma Júnior conversam sobre a origem do poder do diretor da
Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa — que teria conseguido,
entre outras coisas, evitar o indiciamento de Gilberto Carvalho,
chefe de gabinete do presidente Lula.

Gláucia de Paula
O Gilberto (Carvalho, chefe de gabinete da Presidência) foi indiciado?
Ministro Luiz Paulo Barreto
O processo foi travado. Deu m... (...) O negócio do grampo.
O Luiz Fernando falou pra não se preocupar.
Gláucia de Paula
Tem certeza disso?
Ministro Luiz Paulo Barreto
O ministro Márcio (Thomaz Bastos) que me contou isso.
O Gilberto (Carvalho) me contou isso.
Tuma
Esse cara tem alguma coisa, não é possível (...).

O ministro, que diz ter tido conhecimento do indiciamento pelo próprio Gilberto Carvalho, revela que o diretor da PF promoveu uma encenação para iludi-lo, numa manobra para mostrar que seu poder emanava de fora da hierarquia do Ministério da Justiça. A conversa toma um rumo inesperado. Um dos interlocutores fica curioso para saber a fonte real de poder de Luiz Fernando, que lhe dá cobertura até para desafiar seu próprio chefe sem temor de represálias. “Ele deve ter alguma coisa...”, afirma. Procurado, Luiz Paulo Barreto informou que não comentaria nada antes de ter acesso ao áudio da conversa. Gilberto Carvalho negou que já tenha feito algum pedido a Pedro Abramovay, a mesma resposta de Dilma Rousseff. As conversas e sua vinda a público funcionam como o poder de limpeza da luz do sol sobre os porões. Elas são reveladoras da triste realidade vivida por instituições respeitadas quando passam a ser aparelhadas por integrantes de um projeto de poder.
Fotomontagem
O quartel-general da pré-campanha de Dilma Rousseff foi usado para espionar adversários. A mando de Luiz Lanzetta (à esq.), o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. (abaixo) comprou a quebra do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge (à dir.), e de aliados de José Serra
O quartel-general da pré-campanha de Dilma Rousseff foi usado
para espionar adversários. A mando de Luiz Lanzetta (à esq.),
o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. (abaixo) comprou a quebra
do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge (à dir.),
e de aliados de José Serra

Outra demonstração disso surgiu na semana passada, quando a Polícia Federal forneceu a mais recente prova de quanto pode ser perniciosa a simbiose entre partido e governo. Na quarta-feira, depois de revelado que o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr., integrante do “grupo de inteligência” da campanha de Dilma, foi o responsável pela violação do sigilo fiscal de Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB, o militante petista Lula, atualmente ocupando a Presidência da República, anunciou ao país que a PF faria revelações sobre o caso — antegozando o fato de que um delegado, devidamente brifado sobre o que deveria dizer, jogaria suspeitas das patifarias de Amaury Ribeiro sobre os ombros do PSDB. Mais uma vez, a feitiçaria dos petistas resultou em um tiro no próprio pé. Nunca aprendem que, uma vez aberta a caixa de Pandora, os fantasmas escapam e voam sem controle.
Em junho passado, VEJA revelou que o comitê de campanha de Dilma Rousseff arregimentou um grupo de arapongas para espionar o candidato José Serra, seus familiares e amigos. A tropa começou os trabalhos com o que considerava um grande trunfo, um dossiê intitulado “Operação Caribe”, produzido por Amaury e que narrava supostas transações financeiras de pessoas ligadas ao PSDB. As únicas peças do dossiê fajuto que não podiam ser lidas no Google haviam sido obtidas de forma preguiçosa e venal, compradas de bandidos com acesso a funcionários da Receita Federal — e pagas com dinheiro vivo. Os dados fiscais violados serviram de subsídio para o tal relatório que circulou no comitê de campanha. Como “previu” o militante petista que ora ocupa a Presidência da República, horas depois de sua entrevista apareceram as tais “novidades”. Um delegado anunciou que, com a identificação de Amaury, o caso estava encerrado, já que o ex-jornalista, ao violar o sigilo, ainda era funcionário do jornal O Estado de Minas, portanto não haveria nenhuma ligação com a campanha do PT. O delegado Alessandro Moretti foi o escolhido apenas para comunicar à nação as graves revelações obtidas pelo trabalho policial — formalmente ele não participou do inquérito. A lealdade no caso era mais vital do que o profissionalismo policial. Número dois na diretoria de Inteligência da PF, Moretti é produto direto do aparelhamento na Polícia Federal.
Perícia


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A Polêmica das Privatizações

Sempre em época de eleição presidencial, o PT ressuscita a discussão sobre privatização. Vejo também aqui em nosso site discussões a respeito. Por esse motivo resolvi discorrer sobre o tema e o que penso dele.

Fomos doutrinados a abominar as privatizações. Sempre diziam que o patrimônio era do povo e não poderia ser entregue de mão beijada para a iniciativa privada.

Defender empresas em mãos do governo tem raízes socialistas. No socialismo o governo toma conta de tudo, inclusive da vida do cidadão, cerceando sua liberdade. Esse modelo não deu certo em lugar nenhum. E por incrível que pareça tem gente que o defende ainda.

Vou iniciar com uma pergunta: o que eu, você, cidadãos comuns ganhamos com a Petrobrás, por exemplo, em ser do governo? Respondo: Não ganhamos nada. Se eu e você não ganhamos nada, logo podemos dizer que ela não é nossa.

O que justifica a Petrobrás ser “do povo” e praticar um dos maiores preços de gasolina do mundo? Propagaram aos quatro ventos que o Brasil é auto suficiente em petróleo e ainda pagamos quase 3 reais por 1 litro de gasolina. Que empresa do povo é essa? Os americanos que são ricos, não são auto suficientes em petróleo e pagam gasolina mais barata que a nossa. E a gasolina deles é pura. Não é misturada com álcool como a nossa.

O que esperar de empresas cuidadas pelos governos? Os governos representam partidos, partidos representam pessoas. O que vemos são estatais abarrotadas de cargos, na maioria das vezes por pessoas que não entendem bulhufas do setor. Isso implica em ineficiência dessas empresas e conseqüente prejuízo.

Vejo ainda e constantemente, pessoas chorando as pitangas pela privatização da Vale do Rio Doce. A Vale antes de ser privatizada era um verdadeiro cabide de empregos. Não investia, dava pouco lucro e pagava poucos impostos. Diferente de hoje. Vamos fazer uma breve análise do que era a Vale antes e depois de privatizada:

Em 1997 a Vale pagava em impostos US$ 211 milhões em impostos. Hoje a Vale deixa nos cobres públicos a bacatela de US$ 4 bilhões, ou seja, 18 vezes mais. Seu valor de mercado saltou de 10,5 bilhões para 61,9 bilhões de dólares. Receita de US$ 4,97 bilhões para US$ 38,5 bilhões. Investimento de US$ 604 milhões para US$ 6,7 bilhões. A produção triplicou de 100 milhões de toneladas para 301 milhões de toneladas.

E finalizando empregos de míseros 10.900 para 56.000. "A Vale comprou 16 empresas no Brasil e no exterior. Fez parcerias com a China. Prospectou negócios na África. Em 2006, comprou a canadense Inco por US$ 13 bilhões (maior negócio já feito por uma empresa latino-americana). Além disso, explora outros metais e até energia elétrica."

Se o Estado mal cuida da saúde, segurança e educação de seu povo, como esperar que o Estado gerencie empresas?

“A CSN – Companhia Siderúrgica Nacional nos mostra o impacto positivo nas finanças públicas após sua privatização. Antes da venda ocorrer, a empresa pagava R$ 128 milhões de impostos, passando a R$ 208 milhões depois de ser privatizada. Além disso, com a privatização ela deixou de dar prejuízo e passou a gerar um lucro anual médio de R$ 232 milhões.”

O setor de telecomunicações, o Brasil deu um salto extraordinário. Há cerca de 15 anos atrás para se conseguir uma linha de telefone era preciso entrar numa na maldita fila da linha de expansão e esperar. O telefone era até declarado em imposto de renda como se fosse um bem. Hoje a maioria esmagadora da população tem o celular pessoal.

Como ser contra a políticas que beneficia e melhora a vida das pessoas apenas por convicção ideológica?
“Assim, se o impacto inicial das privatizações produzia em todos o medo de termos nossa economia nas piores mãos, o tempo demonstrou que a decisão foi, senão a mais acertada, aquela que gerou melhores lucros – inclusive para o Poder Público. “

Em tempo: Já que o PT é tão contra a privatização, porque não reestatizaram a Vale do Rio Doce, a CSN e o sistema de telefonia como fez o cocaleiro Evo Morales presidente da Bolívia ao estatizar até as refinarias da Petrobrás? Duvido que apareça alguém para responder...


SD  Almança
Com dados e colaboração dos texto de Victor de Araujo Esteves Bacharel em Economia, pela FACEV/FAA

Paraíba: Exemplo para os demais estados do Brasil

Gominho acompanha entrega da 'PEC 300'


O secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social (SEDS), Gustavo Ferraz Gominho, acompanhou, na noite desta quarta-feira (20), a entrega do projeto de lei da ‘PEC 300’ que repõe as perdas salariais dos últimos anos e contempla os ativos e inativos das categorias policia militar, polícia civil, bombeiros militar e os agentes penitenciários.   
      
Com a assinatura do governador em exercício, deputado Ricardo Marcelo, os três Projetos de Lei (PL) a ‘PEC dos militares’ que reajustam os salários dos policiais da Paraíba com base na PEC 300 foi protocolado e encaminhado ao presidente da Assembléia Legislativa, João Henrique.
       
Gominho disse que a partir dessa reposição salarial ‘a Paraíba se tornará um exemplo a ser seguido por todas as polícias do Brasil’, ressaltou o secretário. Para elaboração dos projetos a equipe econômica e administrativa do Poder Executivo Estadual tomou como base a tabela de vencimento dos policiais de Sergipe, que efetua, por graduações, os pagamentos. 

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Jornalista pede demissão AO VIVO!

Alegando estar sob censura, o jornalista e apresentador de TV, Paulo Beringhs, interrompeu uma entrevista que fazia ao vivo, na noite desta quarta-feira (20) pela TV Brasil Central, e pediu demissão no ar. Segundo ele, a decisão foi tomada por causa de pressão política nos bastidores. A estação de TV pertence ao governo de Goiás, comandado por Alcides Rodrigues (PP) e coligado na disputa sucessória com o PMDB e o PT.

Assista ao vídeo abaixo. Impressionante!


Nos bastidores, afirmou o jornalista, havia uma ordem para não entrevistar o candidato tucano Marconi Perillo. Ele discordou e denunciou ao vivo a determinação. "Nós estamos sob intervenção, o nosso jornalismo passa a não ter liberdade como a gente teve até agora, o que é uma coisa que eu lamento muito", disse Beringhs, com 46 anos de profissão.

O entrevistado da noite era o senador Demóstenes Torres (DEM), que disse ter ficado perplexo não com o pedido de demissão, mas com o que considerou "uma mordaça". O anúncio de Paulo Beringhs está no site YouTube e na rede de microblogs Twitter. "Eu lamento demais esta postura do senhor Jorcelino Braga (ex-secretário da Fazenda) e do grupo de Iris Rezende, que tem tradição em censurar a imprensa", disse no vídeo.

RIO: ‘Águia’ ganha equipamento para vigiar bandidos

Helicóptero da Polícia Civil vai transmitir imagens em tempo real para equipes em terra

POR PAULA SARAPU

Rio - Já está nos céus da cidade o mais novo equipamento da Polícia Civil para facilitar as ações em favelas. Quando o helicóptero Águia levantar voo, uma outra aeronave que serve como plataforma de observação acompanhará a ação dos agentes e toda a movimentação de bandidos, gravando imagens e retransmitindo-as em tempo real para as equipes em terra e o centro de comando e controle da Secretaria de Segurança. 
Arte: O Dia
O sistema importado de câmeras com visão noturna, antenas e monitores de mão — que custou R$ 12 milhões — está em uso há dez dias pelos agentes em treinamento. Ferramenta de apoio a soldados americanos no Iraque e Afeganistão, o equipamento foi instalado em Porto Alegre e, semana passada, sobrevoou o Morro da Mangueira, na operação em que um menino de 13 anos foi morto durante o tiroteio. Naquele dia, foi possível avisar aos policiais que seguiam em viaturas por onde passava um ‘bonde’ de traficantes com fuzis para fora da janela dos carros.

Longe do alcance dos tiros, a aeronave de apoio voava a cinco quilômetros de distância do morro e a seis mil pés (1.800 metros de altura), sem que os traficantes pudessem percebê-la. Com uma câmera e uma antena acopladas, o helicóptero aproximou a cena e filmou toda a operação na Mangueira.

As duas aeronaves vão voar sempre juntas. Na Mangueira, porém, como o helicóptero tático usado nas incursões da Polícia Civil está em Porto Alegre para a instalação de um adaptador capaz de receber a câmera, caso a aeronave de apoio precise de manutenção, não foi possível encurralar o bonde pelo alto e impedir a fuga dos bandidos até que as equipes de terra chegassem ao ponto.

Todas as horas de gravação vão formar um banco de dados para o planejamento das incursões. A ideia da Polícia Civil é usar esta aeronave para o trabalho de inteligência e coleta de informações nas comunidades, já que o zoom permite a captação de imagens com ótima resolução, inclusive para identificar marginais. O helicóptero também poderá ser usado no patrulhamento de grandes eventos.

Em 15 dias, a polícia ganhará um furgão, que servirá como centro de controle móvel, onde agentes com monitores de mão vão receber as imagens e guiar os policiais nas favelas. À noite, o sistema infravermelho mostra o bandido armado pela diferença de calor, sobretudo se ele fizer disparos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

“A igreja é contra o PT, vamos combatê-la!”, incita site petista

Alertada pelo Aluizio Amorim, fui ver o site do PT “Onda Vermelha”.  O site anuncia que combaterá a Igreja, afirma que a “Igreja deve se submeter ao Estado”, e cita como exemplo o ditador salafrário Hugo Chávez: “o caminho já foi traçado pelo companheiro Hugo Chávez na Venezuela”.

O texto insinua que é preciso fazer uma intervenção na Igreja: “Pesquisem o histórico dos chamados sacerdotes que se opõem ao PT e tentam manipular a opinião pública contra nós. Está claro que D. Paulo já não tem mais a capacidade de liderar sua Igreja, e uma intervenção se mostra cada vez mais necessária”.

Para ler o texto,
clique aqui.
Fonte: Prosa & Política

Polícia do Rio apreende 57 DVDs piratas de "Tropa de Elite 2"

Cinquenta e sete DVDs piratas do filme "Tropa de Elite 2" foram apreendidos ontem pela Polícia Civil do Rio quando eram vendidos por camelôs nas ruas Uruguaiana e Senhor dos Passos, no centro do Rio.

Policiais à paisana visitaram as duas ruas, que concentram ambulantes, e identificaram os DVDs piratas, produzidos a partir de gravações do filme com câmera de telefone celular, dentro de salas de cinema. Cinquenta e cinco unidades haviam sido abandonadas e foram recolhidas do chão pelos policiais. Outras duas cópias estavam com um ambulante de 39 anos, que foi preso em flagrante. Além de "Tropa de Elite 2", ele tinha 65 DVDs piratas de outros filmes, que também foram apreendidos.

Segundo a delegada Valéria Aragão, da DRCPIM (Delegacia de Repressão aos Crimes de Propriedade Imaterial), no momento da apreensão havia muita gente reclamando da qualidade das cópias. Agentes também visitaram salas de cinema para tentar flagrar quem estivesse filmando a sessão, mas não localizaram ninguém nessa situação.

Censura: preocupante

A LIBERDADE RELIGIOSA E OS DIREITOS INDIVIDUAIS AMEAÇADOS. QUEREM INTIMIDAR E CALAR OS CRISTÃOS! SETORES DA IMPRENSA SÃO CÚMPLICES! E DILMA AINDA NEM GANHOU…

Por Reinaldo Azevedo - Revista Veja

Algo de muito grave aconteceu anteontem e ontem no Brasil. E o que pior: contará com algo pior do que o silêncio cúmplice da imprensa; contará com o seu apoio entusiasmado. Por ordem do ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), milhares de impressos contendo o “Apelo a Todos os Brasileiros” foram recolhidos pela Polícia Federal na gráfica Pana, no centro de São Paulo. Esse apelo foi elaborado pela Comissão de Defesa da Vida da Regional Sul I, da CNBB. 

Trata-se de uma convocação para que os católicos não votem em candidatos favoráveis à descriminação do aborto. A posição do PT e do governo Lula, que incentivam a mudança da lei, é lembrada no texto. O PT recorreu ao tribunal porque considera que se trata de um ataque à sua candidata. Então ficamos assim: a liberdade religiosa no Brasil vale até o limite em que os petistas não se sintam incomodados. Anteontem, um grupo de partidários de Dilma Rousseff, com a cumplicidade de jornalistas, já havia constrangido ilegalmente um representante da gráfica.
As eleições não suspendem os direitos constitucionais. O processo corre em segredo de Justiça. Segredo por quê? A sociedade tem o direito de saber por que estão sendo violados os Incisos IV e VI do Artigo 5º da Constituição, a saber:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

A Igreja Católica, ou uma parte dela, os evangélicos e quaisquer outras confissões têm o direito de dizer o que pensam do processo eleitoral e de estabelecer critérios de votos para os seus fiéis —  que, de resto, seguem a recomendação se assim o desejarem. A carta censurada pelo TSE segue num post abaixo. Não há uma só linha nela que não corresponda aos fatos. Trata-se, também, de um ato de censura.  O texto, ademais, não é anônimo.

A Universal pode?Se você clicar aqui, verá um vídeo do dia 19 de agosto em que obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus, de propriedade do “bispo” Edir Macedo, distribuem panfletos pedindo votos para Marcelo Crivella (PRB), que se elegeu senador, e para Dilma. Trata-se, aí sim, de campanha eleitoral aberta. O material foi impresso na gráfica da Universal, de que Crivella também é bispo. Na prática, pois, trata-se de uma doação provavelmente sem registro, caracterizando abuso do poder econômico e uso, como diria Delúbio Soares, de “recursos não-contabilizados”.
Macedo, um pró-aborto fanático, concessionário de serviço público (dono da Rede Record), é “dilmista” roxo e já declarou seu apoio à candidata do PT. E tudo pareceu, naturalmente, muito decoroso e muito decente. Já o grupo que não concorda com as idéias de Dilma está proibido de se manifestar. A PF logo chega, por ordem de um ministro do TSE, e leva os impressos embora.

E Lula pode?Num país em que o presidente da República, de modo arreganhado, faz campanha eleitoral e mobiliza a máquina do estado em favor de sua candidata — como evidenciam as multas a perder de vista que recebeu —, é realmente impressionante que uma parcela da Igreja Católica seja impedida de expressar o seu ponto de vista. O documento da Comissão de Defesa da Vida — à diferença dos panfletos em favor de Dilma e Crivella e do discurso permanente de Lula — não pede voto para A ou B. Recomenda que os candidatos comprometidos com a legalização do aborto sejam recusados pelo eleitor. Dilma, como se sabe, não passa nessa peneira. E não passa em razão de suas próprias escolhas.

A Justiça Eleitoral, no Brasil, assume, às vezes, o caráter de tribunal de exceção. Fico aqui a imaginar o que diria um americano ao saber que um órgão encarregado de regular as eleições pode determinar que a Polícia Federal invada uma gráfica para surrupiar impressos encomendados LEGALMENTE por uma igreja. Trata-se de uma decisão de lesa democracia. E mais não podemos saber a respeito porque o processo corre “em sigilo”. É coisa de ditadura, não de democracia.

Imprensa e constrangimento ilegalPubliquei ontem aqui o vídeo em que petistas intimidam e constrangem ilegalmente o representante da gráfica Pana. Uma verdadeira horda pressiona o homem para que mostre os documentos da encomenda que recebeu, como se ele estivesse imprimindo material subversivo. Lembrou-me o comportamento da TV de Chávez quando ele manda prender os seus adversários: de microfone na mão, repórteres babam seu rancor contra a vítima. Que já viu o vídeo retome o texto depois dele. Segue para quem não assistiu:


Afirmei no post de ontem que não sabia quem era a “otoridade” que se apresenta como deputado, o famoso “sabe com quem está falando?” Leitores afirmam que é Adriano Diogo, do PT. Ah… Não reconheci por causa do cabelo tingido (era grisalho) e da magreza — seu apelido era “Baleia”. Agora ele só se agiganta contra um pobre gerente de gráfica, tratado como bandido. Reparem naquele outro petista avantajado que fala com o pobre homem de dedo em riste, chamando-o de cúmplice de um crime.
Arlety Satiko Kobayashi é dona de 50% da Editora Gráfica Pana. Ela é filiada ao PSDB desde março de 1991 e irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de Serra, Sérgio Kobayashi. E daí? Não muda uma vírgula. A Diocese de Guarulhos tem o direito de mandar imprimir o que bem entender onde quiser, estando o material de acordo com os seus princípios e com as leis do país. E é o caso. Na Gráfica Brasil, de Benedito Oliveira - aquele sujeito que participava do bunker que fazia dossiês contra Serra e que presta serviços para o governo federal - é que não poderia ser. Tentarão usar a informação para mitigar a prática fascitóide e intimidadora contra o funcionário da empresa. O FASCISMO NÃO PRECISA DE MOTIVOS; BASTA O PRETEXTO.
Criminosos ali são só os que o intimidam, já que o fazem ao arrepio da lei. E, de certo modo, também os jornalistas. NÃO HOUVE UM MISERÁVEL RELATO QUE DESSE CONTA DO CONSTRANGIMENTO ILEGAL QUE AQUELE SENHOR SOFREU. EM LUGAR NENHUM! OS JORNALISTAS PRESENTES VIRAM A LEI SENDO PISOTEADA E SE CALARAM PORQUE, NO FUNDO, CONCORDAM COM A CENSURA E A COM A INTIMIDAÇÃO. É UMA VERGONHA! Foi preciso que o próprio PT exibisse o seu feito em vídeo, orgulhoso de sua obra, para que soubéssemos da covardia dos intimidadores e da cumplicidade dos repórteres. Uma delas, sei lá se trabalhando ou não para o PT, compara a Igreja ao PCC!!! Não adianta tentar tirar o vídeo do ar. Fiz cópia.
Não sei quem vai ganhar, mas sei que…
Eu não sei quem vai ganhar a eleição, não! “Eles” é que sabiam. Diziam que Dilma venceria por uma vantagem de até 20 pontos no primeiro turno. Não deu! O que sei é que esse tipo de intimidação não ajuda o PT.

Não fica bem a um partido político, com a cumplicidade da imprensa, botar a polícia contra os cristãos. Só faltam agora a arena e os leões com fome. E agem assim sem que Dilma tenha vencido ainda. Pode ser um aviso do que viria depois.


Veja a capa e contracapa do panfleto aqui
Veja o miolo do panfleto aqui

Diretor de "Tropa de Elite 2" divulga nota desmentindo apoio a Dilma Rousseff

O diretor de "Tropa de Elite 2", José Padilha, divulgou nota nesta terça-feira negando apoio à candidata Dilma Rousseff (PT).

O filme de Padilha, que deve encerrar esta semana como o maior sucesso do cinema brasileiro desde a retomada, na década de 1990, faz uma dura crítica ao "sistema" e termina com uma tomada aérea da esplanada dos ministérios e do Congresso Nacional.

Na nota, Padilha diz que não aderiu a nenhum candidato nesta eleição.

Leia íntegra da nota

Parafraseando o filósofo americano Henry David Thoreau, gostaria de esclarecer que eu não pertenço a nenhum partido, grupo polí­tico, agremiação, sindicato ou lista de apoio a candidatos, na qual eu não tenha me inscrito voluntariamente; e que ao contrário do que certos sites e tweets têm afirmado, e do que consta em lista de apoio enviada por um grupo que apoia a candidata do PT para os grandes jornais brasileiros, eu não aderi a candidato algum nesta eleição pelos motivos explí­citos em Tropa de Elite 2. É uma pena que a falta de crítica e de compromisso com a verdade esteja sendo a principal marca dos dois lados desta campanha presidencial. Um desrespeito ao eleitor brasileiro.

José Padilha, diretor de Tropa de Elite 2

Fonte: Folha 

Quadrilhas têm mais que o dobro das armas da polícia

Estudo destaca ainda que a explosão na fabricação desses produtos tem dado lucros milionários às indústrias nacionais


O crime organizado teria mais do que o dobro de armas que a polícia no Brasil. Um mapeamento completo sobre armamentos leves indica que existem cerca de 17 milhões de itens em circulação no País, quase um para cada dez habitantes. Mas o maior problema é que 57% são armas ilegais ou usadas sem o porte. Grupos criminosos ainda mantêm um arsenal impressionante de mais de 5,2 milhões de peças. A polícia tem apenas 2,1 milhões.

O alerta foi publicado pelo Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra e pela organização não governamental (ONG) Viva Rio e destaca ainda que, apesar das leis limitando a venda de armas, a explosão na fabricação desses produtos tem dado lucros milionários às indústrias nacionais. O Brasil, nos últimos anos, também se transformou no segundo maior produtor de armas leves do Ocidente, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em comparação com estudo semelhante feito pela Viva Rio em 2002, em parceria com o Instituto de Estudo das Religiões (Iser), houve um aumento de mais de 10% no número de armas no País - estimado na época em 15 milhões -, apesar das campanhas de desarmamento. Naquela época, metade das armas não estava regularizada.

As constatações do levantamento são consideradas "assustadoras" por especialistas. Há 9,4 milhões de armas ilegais e sem porte em circulação, mais da metade com criminosos ou com indivíduos do mercado informal. Já as forças policiais - Polícias Militar, Estaduais e Federal - contariam com apenas 2,1 milhões de armas. Oficialmente, as empresas de segurança privada teriam outras 301 mil armas em mãos - de forma legal.

As estimativas foram obtidas por meio de registros oficiais e de produção. Mais da metade das armas também estaria em mãos civis no Brasil. Em Brasília há a maior incidência de armas por habitante, entre 19 e 28 para cada 100 habitantes. São Paulo teria uma taxa entre 9,5 e 19 para cada 100 pessoas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.