quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PROJETOS DE YEDA ENFRENTAM RESISTÊNCIA ENTRE ALIADOS


Do jeito que está, não passa na Assembleia. O pacote da governadora Yeda Crusius que reajusta salários e aumenta a contribuição previdenciária dos militares provoca constrangimento até na base aliada.
Depois que milhares de PMs protestaram na terça-feira, na Assembleia – a mais contundente manifestação dos últimos 12 anos –, até os maiores defensores do governo mudaram o discurso. Afinal, se aprovarem o pacote, comprarão briga com a segunda maior categoria de servidores às vésperas da eleição de 2010. “Teremos mudanças. Os técnicos do governo já analisam uma forma para que ninguém perca nada”, adianta o deputado Coffy Rodrigues (PSDB), que virou símbolo da defesa de Yeda ao relatar a CPI da Corrupção.

O maior receio dos deputados refere-se ao projeto de lei 296, que aumenta de 7,2% para 11% a contribuição previdenciária dos militares. A medida faria com que 1,6 mil servidores, mesmo com salários reajustados, passassem a receber menos.

Coffy e outros aliados correm para que o pacote seja votado ainda este ano. Mas, da forma como o conjunto de medidas repercute nas bancadas, a possibilidade é remota. “O governo não soube negociar, nem com as categorias nem com a Assembleia.

Deu a entender para a opinião pública que seria um grande aumento para os militares, e o que se vê é bem diferente”, diz o deputado Cássia Carpes (PTB). Principal idealizador das medidas, o secretário estadual do Planejamento, Mateus Bandeira, rejeita as críticas, se mostra resistente a mudanças e promete provar a competência do pacote. Segundo ele, quem teria perda nos salários são apenas servidores que, amparados por liminares, não descontam nada para a Previdência. Bandeira se mostra inconformado com a rejeição da base aliada e assegura que as associações de classe da Brigada divulgam “informações que não existem”.”

Talvez tenha que se voltar à estaca zero. Parece que o diálogo com as categorias não funcionou”, diz o deputado Jerônimo Goergen (PP), sintetizando o sentimento dos aliados. Outra controvérsia do pacote envolve níveis intermediários da Brigada.

O fato de coronéis e majores receberem um aumento de 19,9%, referente às Leis Britto, revolta tenentes, sargentos e capitães – que, embora já tenham recebido este reajuste, sentem-se no direito de ganhar mais. Mas, no pacote, o governo só prevê bônus salarial para soldados em início de carreira, cujos vencimentos passariam de R$ 1.007 para R$ 1,2 mil. “Muito difícil esses projetos passarem ainda este ano. É uma discussão que demora um pouco”, resume o líder da bancada do PMDB, Gilberto Capoani.

PORTO ALEGRE VENDEDORES DE ILUSÕES (COLUNA DE ROSANE DE OLIVEIRA PÁGINA 10 Página 14) “Uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou ontem uma proposta de emenda constitucional que, se fosse viável, seria o paraíso para os PMs de todo o Brasil.

A PEC 300 prevê equiparação salarial para policiais militares do país tendo como parâmetro os vencimentos da PM do Distrito Federal. Isso significa salário inicial de R$ 4,5 mil para os soldados e de R$ 9 mil para o primeiro posto de oficial. O projeto é extensivo a inativos e pensionistas. Presidente da comissão, o deputado José Otávio Germano está comemorando a aprovação, mas não diz de onde sairá dinheiro para Estados quebrados como o Rio Grande do Sul quase quadruplicarem o salário dos soldados e aumentarem significativamente os demais”.

O SUL GOVERNO GAÚCHO DISCUTE MUDANÇAS NO REAJUSTE DE SALÁRIOS DO MAGISTÉRIO E DA BRIGADA MILITAR

O governo gaúcho começou a discutir mudanças em projetos que reajustam salários de servidores do magistério e da Brigada Militar. Diante da resistência das categorias, são estudadas alternativas para a aprovação das matérias. O líder do governo na Assembléia Legislativa do RS, deputado Pedro Westphalen (PP), afirmou que a intenção dessa discussão é fazer uma melhoria, buscar um acordo e não causar tensão.

PORTO ALEGRE PEC 300 VAI AO PLENÁRIO (COLUNA DE FLAVIO PEREIRA CADERNO COLUNISTAS CAPA)

“O texto que prevê a equiparação salarial para policiais militares do País tendo como parâmetro os vencimentos da PM do Distrito Federal foi aprovado ontem na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Presidente da Comissão, o deputado José Otavio Germano intermediou o acordo entre os parlamentares para a votação dos destaques que modificaram o texto do relator. Após vários debates, ficou acordado que a equiparação salarial da Brigada Militar e dos Bombeiros Militares não poderá ser inferior à da Policia do Distrito Federal. Já o piso salarial será calculado tendo como referência o valor de R$ 4.500,00 para a menor graduação e de R$ 9.000,00 para o menor posto. O texto é extensivo também aos inativos e pensionistas. Agora, a PEC será encaminhada para análise do plenário da Câmara dos Deputados”.

VALE A PENA TENTAR DE NOVO (COLUNA DE BEATRIZ FAGUNDES CADERNO COLUNISTAS CAPA)

“O novelão sem conteúdo e extemporâneo estrelado pelo governo pode ser reduzido a meia dúzia de capítulos. Menos mal, evita-se o desgaste. Pelo que consta, a base aliada já convenceu o Piratini a retirar os projetos de mudanças nas carreiras dos professores e dos brigadianos.” “Desde o lançamento festivo do pacotaço salarial do Piratini dirigido à família brigadiana, não obstante ser recebido com euforia por setores da mídia que, fugindo do cerne da informação, lideram as comissões de aplauso, este humilde marquês tem abordado a repercussão negativa, junto à imensa maioria dos PMs, das medidas propostas para serem votadas no Legislativo. Desde terça-feira última, diante da real e visível mobilização dos policiais militares na Assembléia Legislativa, as comissões de aplauso acordaram para a gravidade do momento e, assim mesmo, em suas análises, confundem assembléia geral com movimento paredista, misturam estado de greve com baderna, e, mais do que isso, incentivam a ação de batalhões especializados a realizarem a repressão contra trabalhadores que, simplesmente, tentam sair da vexaminosa faixa dos mais baixos salários do País.

E nesta moldura, a tendência do governo é a de levar a Brigada de última para a penúltima remuneração no concerto das policias militares brasilerias. Sigam-me. AS BOTAS Afirmei ontem, aqui da minha torre, que a Brigada não fará greve, e isso não é uma decisão de seu comando, e sim da própria tropa, que sabe da responsabilidade que tem com a sociedade. Mas o estado de greve é verdadeiro, pois simboliza que a família brigadiana é uma força viva, com lideranças plenamente esclarecidas, que não obstante a sua permanência no cumprimento de suas funções, não lamberá as botas daqueles que a vêm tratando de engodo em engodo, de remendo em remendo. INCINERAÇÃO Ontem, em uma siderúrgica de Charqueadas, o Denarc realizou a maior incineração de drogas desde 1997. A destruição totalizou seis toneladas, entre maconha, cocaína, crack, haxixe, pó branco, pés de maconha e ecstasy. As apreensões foram realizadas pela Policia Civil e Brigada Militar.”

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vídeo de suposta agressão policial causa polêmica



O episódio acima (clique no vídeo para assistir) já deve ter ocorrido centenas de vezes na rotina policial. Um agente vai prender alguém, uma janela é quebrada pelo (ou com o, para alguns) detido e a polêmica da violência policial está acesa. No caso do vídeo acima, são mais de 45 mil visualizações em menos de dois dias e 435 comentários.

Tudo aconteceu no último sábado quando um policial foi retirar Michael Gibson, 37 anos, de um trem nos Estados Unidos. Como se pode ver, o policial conduz Gibson, que estava embriagado, até uma janela. O detido bate nela e acaba sangrando, assim como o policial, que também se feriu.

Ângulo e qualidade do vídeo não nos permitem ter mais detalhes.

Em épocas de dispositivos de gravação amplamente difundidos, um caso como este – que, convenhamos, poderia passar por acidente (será que alguém sangraria se em vez de uma janela houvesse somente uma parede?) – resultou em uma investigação interna sobre a conduta do oficial.

Não que eu seja a favor do uso excessivo de força policial. Creio que concordamos que a violência nunca é boa.

O que eu gostaria de ressaltar, porém, é que com a possibilidade de ser mais do que observador cada cidadão se converte num “fiscal” de deslizes de conduta de qualquer outra pessoa – seja autoridade, seja cidadão comum. Assim como aparentemente ninguém no vagão interpretou a ação como uso de força indevida proposital, é possível que o próprio policial tenha encarado a ação como normal.

Mas, com uma câmera “no cangote”, de uma pequena assistência de pessoas diretamente envolvidas no fato – aqueles que eram incomodados pelo bêbado no trem – o policial passa a ser alvo do julgamento de mais de 45 mil pessoas, e contando.

Está certo, está errado? Não sei. Mas se eu fosse este policial, mesmo que inocentado, na próxima vez que
um bêbado incomodasse no trem, nem dava bola.

Assembleia da BM rejeita pacote do governo estadual


A assembleia geral dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar, realizada na Assembleia Legislativa do RS, hoje (24/11), às 10 hs, rejeitou o pacote de projetos que o governo estadual enviou ao Legislativo. Com a presença de aproximadamente 900 pessoas, na maioria do interior, os soldados, sargentos, subtenetes, tenentes e capitães votaram contra a aceitação de todas as propostas encaminhadas aos deputados em regime de urgência. Foi definido, ainda, que as entidades da BM farão manifestações juntamente com outros sindicatos de servidores estaduais que são atingidos pelo pacote. Caso os projetos não sejam retirados nem modificados, a ação será para impedir a votação das propostas pelos deputados.

Diversos parlamentares compareceram a assembleia dos militares estaduais e empenharam a palavra pela derrubada das intenções da governadora. A única manifestação destoante foi do deputado Nelson Marquezan Jr.(PSDB) que disse apoiar a iniciativa do Executivo, além de fazer críticas a aprovação de outros aumentos que não partiram do governo, mas foram aprovados pelos deputados. Afirmaram que votarão contra o projeto os deputados: Raul Pont(PT), Elvino Bohn Gass(PT), Alberto Oliveira(PMDB), Dionílso Marcon(PT), Fabiano Pereira(PT), Marquinho Lang(Democratas), Adroaldo Loureiro(PDT), Heitor Schuch(PSB), Edson Brum(PMDB), Cássia Carpes(PTB). Enviaram representantes também para mostrar apoio aos trabalhadores os deputados Alceu Moreira(PMDB) e Carlos Gomes(PRB). Dentre as várias manifestações dos deputados, ganhou destaque a afirmação de que a governadora Yeda Crusius está enganando a população com uma propaganda positiva de algo que é prejudicial. O peemedebista Alberto Oliveira disse que, “falta ao governo disposição para o entendimento... fazer algo que seja conquista...”. Já, Marquinho Lang destacou: “quem pensava que em 1994 foi o pior projeto para BM se enganou. Esses projetos são piores. Querem acabar de vez com a BM. O parlamentar revelou também que houve tentativas de desmarcação do espaço para realização da assembleia dos brigadianos como forma de pressão.

Para impedir que a categoria se mobilize, o comando da BM ordenou para que fossem realizadas formaturas e operações especiais, atos que foram denunciados na chegada ao parlamento. O coronel Trindade ainda foi responsabilizado pelo engodo aos brigadianos, pois foi através dele que as entidades acreditaram que as propostas seriam boas para todos, mas somente os oficiais superiores foram beneficiados.

A ABAMF e a ASSTBM receberam o apoio do CPERS Sindicato, UGEIRM, Sindicaixa, Sindi Ipê, Sidicivis, entre outras representações que lutam para evitar o prejuízo aos funcionários públicos como o fim dos triênios, da licença prêmio, promoções, entre outros. O CPERS já está acampado em frente ao Palácio Piratini. Na tarde de hoje, acontece uma reunião envolvendo diversas representações com o objetivo de programar ações conjuntas para a retirada do pacote Yeda. A grande luta dos sindicatos e associações é contra a cassação de direitos que estão em lei.

Ao final da assembleia, o líder do governo, deputado Pedro Westphalen (PP), foi informado pelos presidentes Leonel Lucas (ABAMF) e Aparício Santellano (ASSTBM) da decisão da categoria. O pedido de retirada dos projetos será levado pelo representante governista à governadora Yeda Crusius ainda hoje.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

GOVERNO YEDA QUER ACABAR COM DIREITOS HISTÓRICOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Quarta-feira, Novembro 18, 2009

Governo Yeda protocolou nesse dia 18/11 na AL RS a PEC 200 que pretende acabar com conquistas históricas dos servidores públicos.

Conheça a proposta:

Proposta de Emenda à Constituição nº 200 /2009
Poder Executivo Revoga o § 3° do artigo 31 e os §§ 3° e 4° do artigo 33 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 1º - Ficam revogados o § 3º do artigo 31 e os §§ 3º e 4º do art. 33 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 2º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

Conheça os direitos que serão perdidos

Art. 31

Parágrafo 3º; - As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreiras, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente e a lei estabelecerá normas que assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

Art. 33

Parágrafo 3º; - As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os servidores estaduais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às condições de aquisição, na forma da lei.

Parágrafo 4º; - A lei assegurara ao servidor que, por um qüinqüênio completo, não houver interrompido a prestação de serviço ao Estado e revelar assiduidade, licença-prêmio de três meses, que pode ser convertida em tempo dobrado de serviço, para os efeitos nela previstos.

Eis ai, um novo jeito de governar!!!


Fonte: TRIBUNO DOS SOLDADOS

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Quanto custa um Brigadiano? Quanto vale um Cidadão?



Não! Não espere que venhamos aqui desfiar um enorme rosário de razões para pagar um bom salário a um Soldado da Brigada Militar. Do mesmo modo, não vamos desfiar o batido rosário sobre os colossais salários pagos à classe política neste país, nem da discrepância entre eles e o salário mínimo. Vamos falar de algo mais simples: QUANTO CUSTA O TRABALHO DE UM SOLDADO? (para o Soldado)

Faz tempo que o PM gaúcho vem sofrendo uma defasagem gigantesca em seus vencimentos. O próprio governo admite isto sem questionar. Mas também se defende atrás da barreira do que considera sustentável e possível de pagar a uma categoria com uma quantidade tão grande de servidores, e que gera um impacto de milhões a cada real de aumento em seus vencimentos. Ocorre que dentro deste binômio, necessidade/possibilidade, está havendo um lapso imperdoável: Segurança Pública tem um preço incalculável.

E parece que a estratégia do Governo do RS tem sido utilizar o viés do liceu militar para estancar aos gemidos sobre as dores salariais de uma categoria judiada pela queda violenta de qualidade de vida. E não gostaríamos nada de acreditar que se trata de uma esperta manobra essa cencessão de gratificações e aumentos de salário às classes gestoras da corporação como estímulo para controlar a tropa descontente, que é hierarquicamente subordinada, pois certamente seria uma prática desumana e imoral. Mas nem de longe queremos imaginar uma coisa dessas, não é mesmo?

Podemos tomar como exemplo uma obra pública, onde a segurança estrutural de uma edificação envolve riscos à vida e integridade de pessoas. Precisa-se saber que ela tem um CUSTO MÍNIMO de operatividade, de qualidade de material e mão-de-obra. Não é por se ter limitação em caixa que se DESTINA VERBA INSUFICIENTE, ou se compra material de baixa qualidade, tão pouco se contratam profissionais não qualificados para o planejamento e execução. HÁ UM LIMITE, e esse limite é conhecidamente respeitado.

... Pois bem, o limite já foi ultrapassado quando falamos de algo sensível como a SEGURANÇA DA SOCIEDADE, que está sendo paleteada nas ruas, pelos ombros já estreitos, mal alimentados e mal dormidos dos PMs, que há tempos vêm dobrando turnos em empregos alternativos, a fim de complementarem suas rendas e sustentarem seus filhos, que outrora, foi um direito de qualquer cidadão.

Mas não sejamos hipócritas: Não há serviço neste país com um grau mais elevado de risco do que o de um soldado Brigadiano. Risco de morte, risco de trauma permanente, risco de punições arbitrárias e de acusações infundadas por qualquer pessoa mal-intencionada, o que gera seu afastamento de funções e de boa parte de seus proventos, ainda que inocente. Mesmo quando é absolvido o PM, os custos de sua defesa (por ele pagos) não são restituídos por ninguém!

Esses riscos, senhores, são pagos por um salário mais baixo do que o de um motorista, cobrador de ônibus, ou vigilante.

Pois bem... É neste ponto que pode afirmar-se sem muito medo de errar: A estrutura da obra está comprometida sim; MAS O RISCO ESTÁ SENDO CORRIDO É PELA SOCIEDADE como um todo, que está sendo protegida por um policial desprotegido, com auto-estima profundamente abalada, e desprestigiado pela própria sociedade, por ter de vender sua dignidade por meia dúzia de reais, oferecendo segurança privada (atividade que lhe é vedada por lei!) ao comércio. Talvez também devesse ser vedado ao Policial Militar, e por lei, ter filhos que necessitem de roupas, escolas, brinquedos e comida.

Não se pode negar. A SOCIEDADE ESTÁ NA MÃO DESSES PMs, quer queiramos ou não, até que algo mais eficiente que eles, para garantir a segurança pública, seja inventado (e será?).

Portanto, cabe ao governo prever que se um servidor de confiança tem uma faixa salarial compatível com sua responsabilidade, bem como qualquer outro servidor público, é conclusivo e óbvio que a sociedade e o governo vêm contando com um Brigadiano que trabalha praticamente por nada, calcado na boa vontade e garra dessas mulheres e homens que atuam muito mais por amor à camiseta do que por qualquer outra razão.

Mas acreditem: A Boa Vontade está chegando ao fim. Cães, mesmo que fiéis, quando famintos, não são boas companhias para crianças indefesas. Do mesmo modo homens armados com a dignidade ferida, com sono, cansados física e moralmente, não são boa companhia para cidadãos à espera do que têm direito: Segurança.

Se o Estado não pode prever isso, ninguém mais pode. Podem pagar milhões aos Deuses e Generais da Brigada Militar para que calem todos os Soldados Brigadianos que recebem o pior salário do Brasil em troca de suas vidas e dedicação. Mas não poderão gerenciar os problemas gravíssimos que a sociedade virá a sofrer por esta prática imprudente de Economizar na Segurança da comunidade gaúcha.

Ao fim de tudo, não se deve esquecer: Eles todos, inclusive os Brigadianos, são eleitores também.

Por: Ricardo Vieira zericardovieira@gmail.com


sábado, 14 de novembro de 2009

SOBREVIVÊNCIA POLICIAL

SEM PALAVRAS



A imagem é forte, mas é para chocar, mesmo.

ORIGEM DOS DADOS

 Dados estatísticos oriundos do estudo detalhado de confrontos armados, relatados em pesquisas anuais de diversos departamentos de polícia norte americanos, inclusive o FBI, envolvendo ações de alto risco.

 Nos EUA, três em cada quatro dias são relatados através de rádios, telex e informes mortes de policiais em serviço.
 A conclusão que se chegou foi que: muito tempo e esforços são gastos para enterrar decentemente um policial do que para mantê-lo vivo.

OBJETIVO
 Entender a dinâmica de um confronto armado na vida real.
 Convencer o policial de que seu trabalho é REALMENTE perigoso e doutriná-lo a reconhecer e proceder corretamente diante de uma situação de risco.

A CONSTRUÇÃO DO ENGANO
 Há tempos a mídia mostra uma dinâmica de confrontos armados que pouco tem a ver com a realidade, o que faz com que inconscientemente tenhamos um entendimento errado sobre combates com armas de fogo.
 84% dos tiros disparados na TV ou no cinema erram seus alvos.
 Apenas 8% causam ferimentos ou morte, (e nestes casos, o efeito de projéteis de armas de fogo no corpo humano são totalmente distorcidos)
 8% restantes são aqueles que mesmo atingindo o alvo não causam danos de acordo com a realidade do fato
 Um fato que foi observado: a falta de treinamento e adestramento constante do policial, e o pior, um treinamento equivocado.
 Nas academias de polícia, estudos mostram que 70% dos alunos nunca tiveram qualquer contato anterior com armas de fogo e mesmo depois de formados não tiveram adestramento suficiente para utilizarem adequadamente suas armas em situações reais.

A REALIDADE
 40% dos policiais mortos em serviço não tiveram treinamento ou prática de tiro durante três anos após terem efetuado o último disparo em treinamento.
 Muitos dos que tombaram em serviço eram excelentes atiradores no estande.
 Diferente da prática no estande, na vida real o seu alvo se move e atira de volta em você.
 Em 60% dos casos de morte de policiais, estes se encontravam tão despreparados para a situação que os matou que nem sacaram suas armas.
 Desses somente 27% atirou de volta.
 E desses 27%, apenas 13% conseguiu atingir ou incapacitar seu agressor.
 E ainda 70% dos policiais atingidos que responderam ao fogo não conseguiu neutralizar seu alvo.
 Sendo que em 20% destes casos, os policiais foram mortos com suas próprias armas, tomadas de suas mãos ou dos coldres.
 Estudos mostram que há 40% de chance do bandido atingir o policial. Nesses casos o bandido atirou primeiro, o que quer dizer que há motivações suficientes para que o bandido atire.
 Em 60% dos casos onde morreram policiais, os criminosos envolvidos eram profissionais e já tinham passagens anteriores pela polícia.

A DESVANTAGEM
 Suas viaturas são ostensivas
 Seus uniformes denunciam sua presença
 Os agressores não têm que justificar seus atos

IMPORTANTE
 Questões morais, psicológicas e religiosas devem ser resolvidas ANTES do confronto.
 Pode ser que a qualquer hora, em qualquer lugar e sem aviso prévio, você tenha que atirar em alguém para assegurar sua própria vida ou de outros.
 No trabalho policial NÃO há garantias. A próxima missão poderá ser mais uma missão de rotina ou pode ser aquela em que você será testado sobre tudo o que aprendeu.

O DESCUIDO
 Um policial bem adestrado precisará de, no mínimo, 1 a 1,2 segundos para sacar e atirar, enquanto o agressor apenas de milésimos de segundos para atirar se já estiver com arma em punho (lembrando que nas situações rotineiras dificilmente o policial terá sua arma em punho).
 UM DADO IMPORTANTE: mais de 70% dos confrontos armados fatais para policiais ocorrem durante missões aparentemente rotineiras.
 Um em cada dez policiais mortos estava de folga e isto quer dizer que uma vez que você é policial você se torna um alvo durante as 24 horas do dia.

CONDICIONAMENTO MENTAL
 A sobrevivência está relacionada diretamente ao Estado de Alerta.
 O preparo mental consiste em visualizar e ensaiar mentalmente suas ações de modo a planejar reações em função das ações dos criminosos.

ESTADOS DE ALERTA
CÓDIGO BRANCO
Estado Relaxado
 Distração com o que ocorre ao redor. Relaxamento. Pensamento disperso.
 Pode ser ocasionado por cansaço.
 Acredita-se que não há possibilidades de problemas.
 Você está despreparado para um eventual confronto.

ESTADOS DE ALERTA
CÓDIGO AMARELO
Estado de Atenção
 Você está atento, precavido, mas não tenso.
 Mantém vigilância (360º) de pessoas, lugares e ações ao redor.
 Não há identificação de ato hostil, mas está ciente que uma agressão poderá ocorrer.
 Está preparado para empregar ações adequadas e compatíveis em caso de ameaça.

CÓDIGO LARANJA
Estado de Alerta
 O problema já existe e você está ciente de que um confronto é provável.
 Tenha um planejamento tático em mente.
 Identifique pontos de abrigo e pessoas que possam representar ameaça.
 Avalie as prováveis reações e pense em termos de controlar a ameaça com arma de fogo, se necessário.
 O código laranja diminui os riscos de ser surpreendido.

CÓDIGO VERMELHO
Estado de Alarme
 O risco é real e a reação instantânea é necessária.
 Focalize a ameaça e tenha em mente a ação necessária para controlá-la, seja com intervenção verbal, força física ou força letal conforme a situação exigir.
 Apesar da emergência, a decisões devem ser racionais.

CÓDIGO PRETO
Estado de Pânico
 A ameaça se mantém por um tempo prolongado.
 Enfrenta-se um perigo para o qual não está preparado.
 Nesta situação o descontrole é total podendo produzir paralisia (congelamento) de ações, ou fazer com que se reaja incorretamente: partir para cima, correr desesperadamente ou simplesmente se entregar).
 Sua mente está em “apagão”.
 Este estado mental não proporciona condições de defesa.

TENHA SEMPRE EM MENTE
 A sobrevivência começa muito antes do momento em que se precisa atirar. Se esperarmos até esse momento para pensar no que fazer, sobreviver será apenas questão de sorte.

PADRÕES DO COMBATE COM ARMAS DE FOGO
 85% das distâncias nos confrontos armados são menores que 6 metros.
 A maioria dos policiais mortos em serviço estava a uma distância de no máximo 3 metros.
A parte restante estava a menos de 2.

BAIXA LUMINOSIDADE
 Duas em cada três vezes o confronto se dará em locais escuros ou de baixa luminosidade. Na maioria das vezes, não haverá condições de enxergar alça e maça de mira quando for efetuar disparos.

TEMPO É FATOR CRUCIAL
 O tempo dos tiroteios (em quase 100% dos casos) não foi maior que três segundos e três tiros disparados foi a média calculada, contando-se os disparos do agressor e do policial.
 Em quase todos os casos, os disparos iniciais determinaram o resultado final do confronto.

REAÇÕES INESPERADAS
 É importante ter a ciência que a reação de um indivíduo ao levar um ou mais tiros depende de seu estado psicológico.
 Nem sempre, um disparo dito certeiro pode incapacitar instantaneamente um indivíduo.
 Alguns indivíduos atingidos por múltiplos disparos continuam lutando contra a polícia
 Outros podem sucumbir apenas com um único disparo de raspão
 Isso se deve a histamina dos seus cérebros
 Pesquisas médicas comprovam que cerca de 20% dos indivíduos atingidos por um único disparo não ficam incapacitados (neutralizados), mesmo quando atingidos em áreas letais.
 Na prática, estão mortos, mas ainda não sabem disso. Cerca de 13% deles resistem por até 5 minutos, e 7% resistem até mais.

FATORES DA SOBREVIVÊNCIA
(Sistema de Defesa)


Preparo Físico





                      Tática/Condicionamento     Técnica Mental



SÍNDROME DE “SUPER HOMEM”
 O fato de executar missões arriscadas sem qualquer anormalidade por anos a fio faz com que alguns policiais incorporem uma idéia de que são indestrutíveis, inatingíveis e o pior, passa a não considerar ser ferido ou morto.
 Essa atitude faz com que ele coloque em risco não só a sua vida, como a de seus companheiros.
Os maiores inimigos do policial são:
A rotina e o excesso de confiança.

MANTENHA-SE TREINADO!
 Sob pressão, você instintivamente agirá de acordo com aquilo que treinou.
 Treino exige tempo e dedicação e por mais simples que sejam as técnicas e procedimentos de sobrevivência, elas exigem treinamento.
 Procure treinar o mais próximo da realidade possível e em condições de estresse.
 Mantendo um bom condicionamento físico, planejando e treinando adequadamente você evitará erros cometidos por outros que já morreram e aumentará em muito sua chance de sobreviver num confronto armado.

MANDAMENTOS
 1) O policial não é um super-homem;
 2) Jamais saia para as ruas sem antes checar sua arma;
 3) Durante uma troca de tiros, procure manter-se abrigado;
 4) Se o inimigo está no seu campo de visão, você também estará no dele;
 5) Nunca atire desnecessariamente, pois isto poderá colocar a vida de terceiros e a missão em risco;
 6) Seja humilde para receber informações que possa lhe salvar a vida;
 7) O policial precisa acreditar em todas as missões que lhe são confiadas, por mais simples que possa lhe parecer, ela pode tirar-lhe a vida;
 8) O trabalho em equipe é sempre o melhor trabalho;
 9) Seja profissional, sempre respeitando a capacidade de ação do inimigo;
 10) Não tome atitudes para as quais não foi preparado.

POLICIAIS, UNI-VOS !

TASER - Não saia do quartel sem ela



Este é o TASER - modelo M26 - versão exclusiva para as Forças Armadas, Órgãos de Segurança Pública, Guardas Municipais e Empresas de Vigilância Privada autorizadas a utilizar armamentos.


Você alguma vez na vida já se sentiu completamente impotente e dominado frente a uma ou mais pessoas, sem ter a menor, mas a menor mesmo, possibilidade de reação, embora tentasse de todas as formas reagir?

Não?

Bom, nesse caso é porque você ainda não conhece a arma TASER, a única e exclusiva tecnologia não-letal - ou menos letal, como diria nosso instrutor, Capitão Barcellos - que reduzirá drasticamente os índices de mortes e seqüelas e, muito mais do que isso, irá permitir ao Policial agir em situações onde este hesita.

Na semana que passou, tivemos o prazer – em certos momentos nem tanto – de poder conhecer e treinar com esta nova arma, na 7ª Edição do Curso de Operador TASER, realizado na sede do CRPO/Sul em Pelotas. Com aulas teóricas que duraram o dia inteiro sobre Direitos Humanos, pronto-socorrismo, legislação e teóricas e práticas sobre a operação com a arma tivemos a certeza de que este é um dos melhores investimentos em segurança pública dos últimos tempos.

Segurança para todos, desde o policial que opera a arma e seus colegas até o criminoso, que fica impossibilitado de reagir ou fugir, diminuindo praticamente a zero as chances de lesões em ambos os lados, desde que observado alguns requisitos de segurança.

Nós, que tivemos a oportunidade de sentir na pele, nos músculos, nos ossos, nos nervos, enfim, no corpo inteiro o efeito de um disparo da arma temos a convicção inabalável de que é impossível qualquer reação por parte de um criminoso atingido pelos dardos energizados, não tendo a menor importância o fato de quão forte ou drogado esteja. A paralisia neuromuscular e a conseqüente queda ao solo são inevitáveis e os cinco segundos de ação da arma (prorrogáveis, obviamente), parecem uma eternidade. Normalmente um criminoso não quer sofrer uma segunda descarga.


O resultado é paralisação imediata, seguida de queda, caso o agressor esteja de pé. O objetivo do TASER é, portanto, criar uma "janela" de tempo suficiente para que o policial possa algemar o criminoso, levá-lo preso e/ou solicitar apoio, caso necessite.

A tecnologia usada na TASER é impressionante e não se trata de uma arma de choque. Na verdade a arma quando atinge o alvo, imediatamente emite impulsos elétricos, os chamados T Waves similares às ondas cerebrais que o cérebro envia ao corpo. Quando o corpo recebe de fonte externa uma emissão de Ondas T, esta se sobrepõe às Ondas T emitidas pelo cérebro humano e, assim, há a interrupção da comunicação do cérebro com o corpo, gerando a paralisação total e imediata dos movimentos.


Sistema Nervoso Central         Ondas TASER - T Waves

Eu espero que todos possam fazer o curso. Sei que nem todos têm vontade, principalmente por causa da oportunidade ímpar de sentir o efeito da arma, mas com certeza depois de conhecê-la e saber a importância que a TASER tem para nosso cotidiano policial, ninguém mais irá querer sair às ruas para o serviço sem que pelo menos um colega esteja por perto com o equipamento.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Fim da Brigada Militar


A Asof abandonou a luta por melhorias salariais e a manutenção dos direitos adquiridos por todos os Brigadianos. Foram "calados" por míseros 19% de aumento e agora deixaram ASSTBM e ABAMF sozinhas. Pelo menos uma voz entre os Oficiais se pronuncia e num quase desabafo, demonstra sua indignação.



Por Rafael Monteiro Costa - Capitão (Post retirado do site da Asof)



Faço parte da entidade de classe dos Oficiais a 5 anos. Neste período, se alguma contribuição pude dar a nossa classe foi a manutenção de nossa previdência. Pois entregamos por reles "19,9%" para os Oficiais superiores. Que vergonha. Agora que estamos na iminência de entrar na vala comum (PLC 296/09), pagando 11% de previdência e prestes a sermos incluídos no PLC 393/07 que nos remeterá ao teto do INSS na reserva, não há mais nenhuma vantagem em nossa "carreira".

Talvez nossa entidade não saiba o mal causado a TODA tropa da BM. De Soldado a capitão pagaremos pelo aumento dos Oficiais Superiores. Inativos, pagarão 11% acima do teto do INSS. Entregamos de bandeja um direito histórico. Lamentável. Quero deixar meu profundo pesar por esta concordância da ASOFBM, que terminará seu mandato de forma MELANCÓLICA. Que barbaridade ver a ASOFBM assinar uma nota pública parabenizando o comando da força e dizendo que avançamos.

Lamentável. Srs Oficiais, estamos nas mãos das praças, únicos que podem com altivez tentar reverter esta situação catastrófica.Estamos de luto. Não falem mais de 1994, fizeram muito pior... Cap monteiro, diretor jurídico e com vergonha na cara. Lucas, tu és meu presidente! Vai a luta, contamos contigo!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ABAMF e ASSTBM convocam Assembleia Geral contra pacote do governo Yeda para os Brigadianos


Como resposta, ao governo estadual, pelo encaminhamento ao Legislativo, com pedido de urgência, de projetos que não satisfazem, minimamente, os praças da BM, a ABAMF e a ASSTBM convocam ASSEMBLEIA GERAL da categoria, dia 24 de novembro, às 11hs, no Auditório da Assembleia Legislativa do Estado do RS.

As duas associações de brigadianos esclarecem que nunca concordaram com as propostas encaminhadas pelo governo estadual que somente foram conhecidas após a chegada ao Legislativo. As entidades reafirmam também que é inaceitável aumento diferenciado dentro da BM, sendo pedido permanente das duas representações de praças da Brigada Militar que os percentuais de aumento sejam o mesmo para toda a categoria, no mesmo índice oferecido aos oficiais superiores.


Os projetos do pacote Yeda, que chegaram aos deputados estaduais, trazem prejuízos aos brigadianos:


1) A contribuição da Previdência aumenta de 5,4% para 11%, sendo pago por ativos e inativos( PLC 296/2009). Soma-se ainda 3,1 de saúde + 2% da Lei Brito, num total de desconto que chega a 16,1%.


2) O Projeto de Lei 297/2009 concede correção salarial de 9,1% (em março de 2010) somente para soldados, excluindo sargentos, tenentes e capitães. O índice não atende os pedidos das associações que desejam correção o mesmo índice concedido aos oficiais superiores.


3) De acordo com o PL 298/2009, encaminhado pela governadora ao Legislativo, a matriz salarial receberá incremento de 5% do resultado positivo da receita liquida do estado, destinando apenas R$ 87 milhões - dividido entre toda a segurança pública - no próximo ano. Em caso de déficit nas contas do governo o índice será zero, ou seja, não haverá correção salarial.


4) O Projeto de Lei 299/2009 concede reajuste de 19,90%, retroativo a março de 2009, somente para coronel, tenente-coronel e major


Se você também rejeita essas propostas compareça a ASSEMBLEIA GERAL.


Vamos mostrar à governadora que OS BRIGADIANOS MERECEM MAIS RESPEITO

Fonte: http://www.abamf.com.br/

Que nós merecemos mais respeito todo mundo sabe. Mas vão decidir o que nessa assembléia? Não temos mais o apoio da Asof, então acho que a ABAMF e a ASSTBM vão ter que redobrar seus esforços e promover uma união sem precedentes entre os praças da Brigada Militar, senão...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nossos Policiais estão sofrendo



Tortura, assédio moral, corrupção: é o que mostra a maior pesquisa já feita nas polícias do país

NELITO FERNANDES



A vida de policial no Brasil não é fácil. E raramente dá motivos para se orgulhar. Os salários são baixos, o treinamento é falho, as armas e os equipamentos são insuficientes para enfrentar o crime. Isso, todos sabem. Mas, até agora, pouca gente havia se preocupado em saber o seguinte: O que pensam os profissionais de segurança pública no Brasil. Esse é o nome de uma pesquisa inédita feita com 64 mil policiais em todo o país pelo Ministério da Justiça em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Com 115 páginas, o estudo, cuja íntegra foi obtida em primeira mão por ÉPOCA, mostra, em números, não só quanto o policial brasileiro é despreparado, mas também como ele é humilhado por seus superiores, torturado nas corporações e discriminado na sociedade. O levantamento revela quem são e o que pensam os policiais – e quais suas sugestões para melhorar a segurança no país. Se o diagnóstico feito pelos próprios agentes é confiável, a situação que eles vivem é desalentadora: um em cada três policiais afirma que não entraria para a polícia caso pudesse voltar no tempo. Para muitos deles, a vida de policial traz mais lembranças ruins do que histórias de glória e heroísmo.


O PM aposentado Wanderley Ribeiro, de 60 anos, hoje presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro, faz parte de um dado sombrio das estatísticas que a pesquisa revela. Como ele, 20% dos agentes de segurança afirmam ter sido torturados durante o treinamento. Trata-se de um índice altíssimo – um em cada cinco. Segundo Ribeiro, em seu curso de formação ele foi levado a uma sala escura com outros recrutas. Os oficiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e trancaram a porta. Do lado de dentro, os recrutas gritavam desesperados implorando para sair. Muitos desmaiaram. “Quando eles abriram a porta, nós já saímos levando socos e chutes e sendo xingados”, afirma Ribeiro. “Tive de fazer tratamento médico porque fiquei com problemas respiratórios.” E qual é a razão desse tipo de “treinamento”? “Eles tratam o policial como um animal, dizem que o PM tem de ser um animal adestrado. Depois, soltam esse animal em cima da sociedade”, diz.


Além da tortura, os policiais são vítimas de assédio moral e humilhações. Em Manaus, um oficial que prefere não se identificar conta que foi impedido de sair do serviço no Dia das Mães. “Eu estava saindo e me perguntaram se eu tinha servido água no jarro do instrutor. Eu tinha esquecido”, diz. “Eles me fizeram passar o dia enchendo um bebedouro de 300 litros com uma tigela onde só cabiam 300 mililitros”, afirma o PM, que publicou num blog imagens de alunos fazendo flexões com a cara virada para um meio-fio imundo.


“A pesquisa demonstra que há um sofrimento psicológico muito intenso. Essa experiência de vida acaba deformando esses policiais, que tendem a despejar sobre o público essa violência”, diz o sociólogo Marcos Rolim, professor de direitos humanos do Centro Universitário Metodista e um dos autores do estudo. “Passamos os anos da ditadura encarando os policiais como repressores e defendemos os direitos humanos, mas nos esquecemos dos direitos humanos dos próprios policiais.”


O levantamento mostra também que casos como o da morte do coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva não são fatos isolados, como frequentemente os comandantes procuram fazer crer. Evandro levou um tiro de um assaltante e morreu sem socorro. Um capitão e um sargento abordaram os bandidos e, em vez de prendê-los, ficaram com o tênis e a jaqueta de Evandro, roubados por eles. A corrupção é prática comum na corporação, e os oficiais como o capitão são até mais condescendentes com ela do que os praças. Entre os policiais de alta patente, 41,3% disseram que fingiriam não ter visto um colega recebendo propina. Já entre os praças, o porcentual cai para 21,6%. Chama a atenção o número dos superiores que ainda tentariam se beneficiar da propina: 5,1% dos delegados e 2,8% dos oficiais da PM disseram que pediriam sua parte também, em comparação a 3,7% dos policiais civis e 2,1% dos praças. Paradoxalmente, 78,4% dos policiais consideram “muito importante” combater a corrupção para melhorar a segurança no país.


São números que explicam por que a polícia é tão estigmatizada pela sociedade: 61,1% dos agentes dizem que já foram discriminados por causa de sua profissão. Tanta carga negativa faz com que policiais até escondam sua vida profissional. Tenente da PM do Rio, Melquisedec Nascimento diz que um namoro recente acabou porque os pais da moça não aceitavam que ela ficasse com um policial. “Você só pode dizer que é da polícia depois que a mulher está apaixonada. Se disser antes, ela corre. Todo mundo acha que o policial é um brucutu corrupto. Outro dia eu ia a uma festa e o amigo soletrou para mim o nome da rua: ‘Claude Monet’. Ele achou que só porque eu sou policial não saberia quem foi Monet”, diz ele.

Fonte: Revista Época

sábado, 7 de novembro de 2009

Forças Armadas poderão desempenhar ações de polícia

Como mais uma forma de desprestigiar as instituições policiais, “tapar o sol com a peneira” e demonstrar mais uma vez o total descaso com a segurança pública, o governo federal agora quer dar poder de polícia às Forças Armadas.

A proposta foi encaminhada no último dia 23 de setembro pelo Ministro da Defesa Nelson Jobim ao Presidente da República e depois deverá ser encaminhada ao Congresso. Se aprovada, então a Marinha, Exército e Força Aérea passarão a fazer ações de patrulhamento; revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e prisões em flagrante delito.

Enquanto isto, as nossas fronteiras continuam terra de ninguém, onde traficantes, imigrantes ilegais, guerrilheiros, foragidos entram e saem livremente carregando todo e qualquer tipo de armamento e drogas que depois irão parar nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo e outras grandes cidades, alimentando a guerra do tráfico, abastecendo quadrilhas, ceifando vidas de inocentes.

Esse tipo de proposta me traz à tona os lamentáveis fatos ocorridos no Rio de Janeiro na segunda quinzena de outubro, quando mais de quarenta pessoas morreram, ônibus foram queimados e por mais incrível que pareça, um helicóptero da Polícia Militar foi derrubado e três PMs morreram carbonizados.

O governo federal parece preocupado e quase desesperado para encontrar uma solução para a criminalidade crescente, ao contrário do que disse o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, que num surto psicótico e desprovido de qualquer bom senso disparou o absurdo de dizer que os traficantes derrubaram um helicóptero da PM porque (eles, os traficantes) “estão desesperados em busca de espaço”.

Mas essa proposta do Ministro da Defesa tem um motivo que preocupa o governo: a realização daqui a menos de cinco anos da Copa do Mundo. Preocupação demais, competência de menos, o governo agora acha que dar poder de polícia aos militares das Forças Armadas deverá resolver. A última vez em que os despreparados militares do Exército, - diga-se de passagem, despreparados para a atividade policial – se fizeram presentes nos morros cariocas, todos lembram a merda que deu. Onze militares do Exército, entre eles um Oficial foram presos por entregarem três rapazes a traficantes do morro da Mineira, controlado pela facção ADA (Amigos dos Amigos), rival do CV (Comando Vermelho) que controla o morro da Providência.

Mas alguém vai perguntar: Será que a própria polícia nunca fez nada parecido? A resposta é muito provável que sim ou até pior. Policiais envolvidos com traficantes, quadrilheiros e bicheiros estão nas mãos destes criminosos num nebuloso caminho sem volta. E não são apenas os “peões”, mal remunerados, mas aqueles que ocupam os mais altos cargos na cúpula de batalhões e delegacias.

Nenhum governo no mundo conseguiu diminuir os índices de criminalidade sem antes fazer uma faxina na própria polícia. Faz-se urgente uma série de medidas, tais como um controle ferrenho de nossas fronteiras terrestre, marítima e aérea, com militares bem treinados e equipados com tecnologia de ponta; a expulsão sumária de marginais na polícia militar, polícia civil e federal; um grande investimento na construção de penitenciárias federais e estaduais; política de tolerância zero com pequenos delitos; salário digno e que incentive o policial a dedicar-se exclusivamente à sua atividade valorizando-a, tendo literalmente o receio de transgredir regras que certamente lhe conduzirão à punição e a perda do cargo e da remuneração atraente; um código penal e um código de processo penal mais rigoroso e que não permitam tantas benevolências a criminosos; extinção de indultos e saídas temporárias para presos.

A criação de mais batalhões nas fronteiras secas para o Exército, com soldados profissionais, concursados, bem pagos, bem armados, equipados e bem treinados, ao invés de recrutas alistados; nas fronteiras separadas por rios, batalhões de Fuzileiros Navais. E teriam todos que estar preparados para pelo menos no início, enfrentar uma guerra contra traficantes dispostos a não perder facilmente seus “negócios”.

Mudanças radicais na segurança pública exigem muita vontade política. Segurança é um tema que não dá muitos votos, mas que tira muitos. E político brasileiro se preocupa mesmo é com isso, infelizmente.

Um grande exemplo de que mudanças radicais para bem, dão certo, é a cidade de Nova Iorque, EUA. Na era do prefeito Rudolph Giuliani, a polícia recebeu poderes e recursos excepcionais. A cidade era considerada um caso perdido, assim como hoje é o Rio de Janeiro. Policiais com desvio de conduta foram expulsos e trancafiados em penitenciárias, alguns condenados à pena de prisão perpétua estão na cadeia até hoje.

Mas esta não foi apenas a obra de um prefeito (a polícia em Nova York é municipal), mas um esforço coletivo. Foi formulada por dois veteranos do combate ao crime, George Kelling e William Bratton que desenvolveram uma estratégia baseada em dois conceitos fundamentais: O primeiro é que mesmo os menores crimes precisam ser coibidos com todo o rigor da lei. O objetivo é criar uma consciência de "ordem civil" e desencorajar delitos maiores. "A lei do silêncio ou a que proíbe beber na rua têm de ser impostas com o mesmo rigor da que pune o roubo e o homicídio", preconiza Bratton. Quem bebia na rua, ou mendigava, por exemplo, era imediatamente preso. O segundo conceito, muito menos mencionado do que o primeiro, é que um policial é remunerado e promovido conforme sua produtividade medida não pelas prisões que ele faz, mas pela diminuição no número de crimes na sua área de atuação.

As comparações são inevitáveis. Hoje se mata mais gente num final de semana em São Paulo do que em seis meses em Nova York.

Concluo este post convencido de que o papel das Forças Armadas no combate à criminalidade é fundamental, desde que sejam empregados num controle severo de nossas fronteiras e não esse “faz de conta” que existe hoje como em Foz do Iguaçú, só para citar um exemplo, onde se fiscaliza só os pobre coitados enquanto traficantes e contrabandistas “pintam e bordam” na cara dos militares.

Psicóloga X Cazuza

Agradeço a colaboração do colega Soldado Echeverria, do 6° BPM/Rio Grande, que me enviou esta mensagem. As marcações e grifos no texto são da autora.


Esse cidadão dizia "todos os meus heróis morreram de overdose".

..... E ainda era aplaudido.

Uma psicóloga que escreveu, corajosamente sobre o falecido cantor Cazuza.

Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto:

'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados..

Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?

Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.

Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.

No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.

São esses pais que devemos ter como exemplo?

Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..

Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.

Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.


Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.

Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?

Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.

Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissessem NÃO quando necessário?

Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .

Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.

Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'


Karla Christine

Psicóloga Clínica


Leu ?

Concorda com a psicóloga?

Então faça sua parte divulgue.

Não concorda?
Então faça seus comentários!



ABRAÇOS

Quanto vale a sua vida? Pergunte a quem te ama.


Recentemente, um policial me perguntou qual é a melhor maneira para se portar uma arma de fogo quando se está à paisana: se na pochete ou a tiracolo.

Bem, isso depende de quanto dinheiro você está disposto a investir.

Se você possui um plano de assistência funerária, sua família não terá qualquer despesa com seu enterro, pois você já pagou a despesa antecipadamente, que, diga-se de passagem, pode variar de R$ 1.450,00 (plano simples) a R$ 17.280,00 (plano luxuoso).

Porém, sem um plano funeral os custos ainda podem ser altos. Um funeral simples pode ser feito por apenas R$ 300,00. Mas, se seus familiares desejarem algo melhor pra você, os gastos podem chegar a R$ 7.480,00. Nos dois casos estão incluídos a remoção, a limpeza e tamponamento do seu corpo; o caixão, flores, véu, velas, castiçais e a coroa. O que muda é o tipo de material usado, podendo ser o mais simples ou o mais aprimorado e moderno.

Para realizar o velório numa capela de um cemitério, sua família precisa pagar uma taxa de R$ 50,00. Se você já possui um túmulo, “ótimo”! Entretanto, para comprar o jazigo, talvez alguém tenha que gastar R$ 600,00 por um jazigo simples ou R$ 1.500,00 por um duplo. A maioria das pessoas provavelmente escolhe comprar o jazigo simples.

O mármore ou granito que revestirá seu túmulo pode custar de R$ 1.700,00 a R$ 4.000,00, dependendo do tipo de material e o modelo da lápide. E ainda tem o padre e a missa de sétimo dia...

Então, serão utilizados ao menos R$ 2.650,00 no seu enterro, considerando R$ 300,00 pelo funeral simples, R$ 50,00 pela capela, R$ 600,00 pelo jazigo simples e R$ 1.700,00 pela lápide simples.

Agora, do mesmo modo que seus familiares podem escolher entre um funeral simples ou aprimorado, você também pode escolher um coldre molambento, uma pochete “saque rápido” ou pode comprar um coldre importado de polímero por R$ 99,00 e um porta-carregador duplo também por R$ 99,00. No total, isso vai lhe custar R$ 198,00, quer dizer, bem mais barato que seu enterro. E não adianta comparar com o seu salário, pois ainda assim é mais barato!

Armas não combinam com pochetes ou bolsas a tiracolo. E o motivo é simples: se você for pego de surpresa, o que você acha que o assaltante vai tomar de você primeiro? Ele vai tomar sua bolsa, sua pochete, e depois as outras coisas. Então, num piscar de olhos você vai perder a única ferramenta capaz de te dar alguma chance para salvar sua vida.

E o pior, se o criminoso for um assassino nato, e se ele perceber que sua pochete ou bolsa está mais pesada do que o normal, talvez ele a abra. Se ele fizer isso, talvez atire em você simplesmente porque encontrou sua arma, mesmo que você já esteja rezando e implorando por sua vida.

Arma de fogo deve ser portada num coldre de qualidade e na cintura. O investimento parece caro, cerca de R$ 200,00, para um bom coldre de polímero. Contudo, ainda é mais barato que sua arma, muito mais barato que seu funeral, e sem comparação com a falta que você vai fazer para sua família.

Mas o que você precisa fazer para portar uma arma no coldre sem que pareça estar armado? Comprar camisas mais largas ainda, experimentá-las no vestiário da loja com a arma no coldre e na cintura. Simples assim!

Lembre-se, você não está num desfile de moda. Você está na polícia!


Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e Instrutor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.

E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
Blog: http://comunidadepolicial.blogspot.com