terça-feira, 3 de agosto de 2010

Morto ao atacar Rota era irmão de ex-PM

Polícias Militar e Civil investigam se Frank Ligieri Sons, 33, era um informante de policiais da própria tropa
Polícia ainda não sabe se há ligação entre o ataque de domingo e o atentado contra chefe do grupo, no sábado.

ANDRÉ CARAMANTE
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

O ex-presidiário Frank Ligieri Sons, 33, morto a tiros na madrugada de domingo, quando, segundo a polícia, atirou contra a sede da Rota, é irmão de um ex-sargento da Polícia Militar.
Frank é irmão de Ronaldo Ligieri Sons, 35, que até 23 de março deste ano foi terceiro-sargento da PM de São Paulo.

Ronaldo trabalhava no 20º Batalhão, na região de Barueri (Grande SP), e, de acordo com o "Diário Oficial", pediu exoneração da PM. O terceiro-sargento já havia trabalhado na Rota.
Os setores de inteligência da PM e da Polícia Civil investigam a hipótese de que o ex-detento Frank era ligado a policiais da própria Rota, espécie de tropa de elite da PM.

A investigação tenta descobrir se Frank era ou não um "ganso" (informante) dos PMs da Rota e que, durante parte dos 11 anos em que esteve preso por roubo e lesão corporal, passava informações sobre criminosos aos policiais da tropa de elite.
Segundo a polícia, Frank tomou dois tiros na madrugada de domingo, quando, ao lado de outro suspeito, parou um carro numa rua lateral ao quartel da Rota, na Luz (centro de SP), desceu e deu seis tiros contra o prédio.
Dois PMs da Rota que atiraram contra Frank disseram que ele tinha um coquetel molotov nas mãos e resistiu à ordem de prisão.

LIGAÇÃO
A polícia ainda não sabe se o ataque de domingo tem ligação com o atentado ao chefe da Rota, o tenente-coronel Paulo Telhada, que ocorreu cerca de 17 horas antes.
Além disso, a polícia e o Ministério Público não encontraram até agora nenhum indício que ligue a chefia da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) aos dois atentados.

O secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, disse à Folha que os ataques partiram do crime organizado -narcotraficantes, especificamente- mas que não há sinais de que foram articulados pela facção criminosa que domina os presídios e o narcotráfico no Estado.
A principal fonte de informação da polícia são monitoramentos de telefonemas de chefes do PCC presos, feitos com ordem judicial.

"Não existe nenhum sinal nos presídios de que esses atentados foram orquestrados. Acho que não tem nem como criar um liamento [ligação] entre os casos", afirmou.
O amadorismo dos dois ataques só reforça a hipótese de que a cúpula do PCC não estaria por trás dessas ações, de acordo com dois especialistas em PCC, o promotor Roberto Porto e o sociólogo Guaracy Mingardi.

Segundo as investigações, a cúpula do PCC continua a praticar os seus crimes: tráfico de drogas e extorsão.

2 comentários:

  1. Nota a Imprensa


    Após tomar conhecimento dos fatos na manhã desta segunda feira (02 de agosto de 2010), pelas emissoras de televisão quanto ao ataque ao Batalhão da Rota, fiquei surpreendido por saber que meu irmão Frank Ligieri Sons estava envolvido.
    Cabe informar e esclarecer que não tinha e não tenho nenhuma informação sobre o ocorrido, uma vez que não tenho contato com ela há mais de 6 anos.
    Esclareço que a vida pessoal do meu irmão é de cunho particular dele e o que eu pude fazer para ajudá-lo a sair da vida das drogas e do mundo do crime fiz, porém, por vontade própria ele continuou nessa vida.
    Deixo claro que em momento algum desacredito da ação policial, por parte do Estado, pois pertenci a Policia Militar por 13 anos, e sei da seriedade e do profissionalismo dos Policiais Militares e que ao final das investigações serão dirimidas todas as dúvidas quanto ao caso.
    Esclareço que não fui exonerado (demitido) e sim, solicitei exoneração a pedido, conforme publicação em diário oficial do estado do dia 23/03/10 “Exonerando a pedido nos termos do artigo 44, inciso I do Decreto-lei 260/70, o 3º Sgt PM 974888-1 Ronaldo Ligieri Sons, do 20º BPM/M, Pr. 6.122/10”.
    Esclareço ainda que sou casado, tenho 02 (duas) filhas e não quero e não vou expor ou associar minha imagem, minhas fillhas e meu casamento a esse fato terrível que aconteceu, por isso peço que sejam profissionais e tenham consciência de cessarem a expor meu nome e dizer a inverdade de que fui exonerado (demitido).
    Pois sempre fui honesto em minha vida, criei e crio meus filhos com princípios e regras.
    A única coisa que resta ao ser humano é seu nome, por isso, por favor, não citem meu nome, pois estou recebendo dezenas de ligações, entre elas de apoio, de revolta e de discriminação, e isso esta me prejudicando, tanto na minha vida profissional, familiar e moral.

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  2. Nota do Blog

    Prezado Ronaldo;
    O post relacionado ao fato envolvendo seu irmão tem cunho meramente informativo e não é da autoria deste blogueiro. A notícia é uma cópia fiel do jornal "Folha de São Paulo" na sua edição on line e não tem, por mim, a intenção de atingi-lo em sua honra ou imagem nem quando na ativa da Polícia Militar e muito menos depois de seu pedido de exoneração.
    Outrossim basta solicitar através deste blog ou do e-mail marcio@asstbm.com.br e esta postagem será imediatamente retirada.
    Desde já coloco-me à sua disposição.
    Márcio - 1º Sgt PM

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