sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ELEIÇOES 2010: Conheça o passado dos prováveis candidatos

Sem a menor intenção de direcionar seu voto a quem quer que seja, iremos publicar um pouco da biografia dos prováveis candidatos a Presidente da República neste ano. A intenção é fazer com que cada leitor saiba um pouco mais do passado de cada um e decida seu voto da forma como mais lhe convier, de acordo com sua consciência.
Hoje iniciaremos com a provável candidata do PT, Dilma Roussef.

                                                                Dilma Vana Rousseff (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente é ministra-chefe da Casa Civil, e a pessoa mais cotada a ser a candidata apoiada pelo atual governo para as eleições à Presidência da República, em 2010. 
Nascida em família de classe média alta e educada de modo tradicional, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, logo passou a integrar organizações que executavam atividades ilícitas, o que a levou para a clandestinidade. É controverso seu grau de participação nas ações das organizações clandestinas que integrou, o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares), tendo essa última protagonizado um célebre assalto em meados de 1969, considerada a ação mais espetacular e rendosa de toda a luta armada. Passou quase três anos presa, entre 1970e 1972, quando foi submetida à tortura.

Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde junto com o companheiro por mais de trinta anos, Carlos Araújo, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre no governo Alceu Collares e mais tarde foi secretária estadual de Minas e Energia, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Participou da equipe que formulou o plano de governo na área energética na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002, onde se destacou e foi indicada para titular do Ministério de Minas e Energia. Novamente reconhecida por seus méritos técnicos e gerenciais, foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil devido ao escândalo do mensalão, crise que levou à renúncia do então ministro José Dirceu. Conhecida pelo temperamento difícil, passou a estar no centro de várias polêmicas, ao mesmo tempo em que se tornou a candidata preferida de Lula para sucedê-lo. Foi considerada pela Revista Época uma dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Movimentos em que Dilma participou

Comando de Libertação Nacional – COLINA

O Comando de Libertação Nacional (COLINA), também denominado "Comandos", foi uma organização brasileira de extrema esquerda que tinha como objetivo a instalação de um regime de inspiração soviética no Brasil, ou seja, uma ditadura de esquerda. Originado em 1967, em Minas Gerais, a partir da fusão de outra organização chamada POLOP, com alguns militares esquerdistas, abraçou as idéias defendidas pela OLAS, executando, desde 1968, ações terroristas armadas para levantamento de recursos para guerrilha no campo.

A "ficha" de Dilma Roussef - Tire suas próprias conclusões

A partir de 1969, quando teve vários de seus militantes presos, deu origem à VAR-Palmares com o apoio de ex-membros da VPR . O Colina ficou conhecido por se envolver em uma atrapalhada tentativa de "justiçamento" do capitão boliviano Gary Prado, divulgado como o oficial que teria capturado e executado Che Guevara na Bolívia.

Em 1 de julho de 1968, João Lucas Alves, Severino Viana Colon e mais um militante do Colina assassinaram a tiros um oficial no bairro da Gávea, acreditando ser o oficial boliviano, quando na verdade se tratava de um major do Exército alemão. Diante do equívoco, o Colina não assumiu a autoria do atentado.

Já em novembro daquele ano, João Lucas foi preso e torturado até a morte. Três meses mais tarde, foi a vez de Severino, que foi encontrado morto em sua cela sob alegação de suicídio.
Em janeiro de 1969, a polícia civil de Minas Gerais empreender uma busca em uma "aparelho" da organização travou um forte tiroteio com os militantes que ocasionou na morte de dois policiais civis, e desbaratando o grupo e prendendo suas lideranças. Um dos seus dirigentes, Murilo Pezzuti, foi preso-cobaia em aulas de tortura na Vila Militar do Rio de Janeiro no mesmo ano.

Vanguarda Armada Revolucionária Palmares - VAR Palmares

A Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) foi uma organização política armada brasileira de esquerda que combateu o regime militar de 1964 em prol de uma ditadura de esquerda. Surgiu em julho de 1969, como resultado da fusão do Comando de Libertação Nacional (Colina) com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) de Carlos Lamarca.

A VAR-Palmares tinha como objetivo a instalação de um regime ditatorial comunista de inspiração soviética no Brasil. Em declaração ao jornalista Elio Gaspari, Daniel Aarão Reis Filho, ex-militante do MR-8, professor de história contemporânea da Universidade Federal Fluminense e autor de Ditadura Militar, Esquerda e Sociedade, disse: Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática.

A organização realizou atos de assalto, roubo e terrorismo, sendo a mais conhecida de todas a expropriação do mítico "cofre do Adhemar", contendo pouco mais de 2,8 milhões de dólares, em espécie, o equivalente a 16,2 milhões de dólares de 2007. Esse cofre encontrava-se na residência de Anna Gimel Benchimol Capriglione, secretária e amante do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros – conhecido popularmente pelo bordão "rouba, mas faz". Supunha-se que o dinheiro mantido no cofre seria portanto, produto da corrupção do ex-governador. Carlos Minc foi um dos integrantes da organização que participou do roubo. Dilma Roussef também participava da organização, mas não integrou a ação mais conhecida do grupo. Enquanto há versões de que Dilma organizou toda a operação, Minc garante que ela não tinha qualquer papel destacado no grupo, atuando apenas na retaguarda.

Conforme Maurício Lopes Lima, um integrante de buscas da Oban (Operação Bandeirante), estrutura que integrava o serviço de inteligência das Forças Armadas (e onde teriam sido realizados atos de tortura), Dilma era a grande líder da organização clandestina.

Já em setembro de 1969, um de seus grupos dissidentes reconstitui a VPR e outra fracção cria a DVP, mais tarde rebatizada como Grupo Unidade.

A VAR-Palmares teria também planejado em 1969 o sequestro de Delfim Neto, símbolo do milagre econômico e à época o civil mais poderoso do governo federal. O suposto sequestro, que deveria ocorrer em dezembro daquele ano, já havia sido referido no livro "Os Carbonários", de autoria de Alfredo Sirkis, em 1981. Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionária e da VAR-Palmares, reconheceu que coordenou o plano, que era de conhecimento de cinco membros da cúpula da organização, e que Dilma seria uma dessas integrantes da cúpula. O sequestro não teria chegado a ser realizado porque os membros do grupo começaram a ser capturados semanas antes. Dilma nega peremptoriamente que tivesse conhecimento do plano e duvida que alguém realmente se lembre, declarando que Espinosa fantasiou sobre o assunto.

Desmantelada a partir de 1971 devido à forte repressão dos militares, a VAR-Palmares teve duas de suas principais lideranças presas e assassinadas pelo regime: Carlos Alberto Soares de Freitas, um dos fundadores do Comando de Libertação Nacional (Colina), e Mariano Joaquim da Silva, o Loyola, veterano das Ligas Camponesas, "desaparecido" nos cárceres clandestinos do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro.



Nenhum dos assaltantes foi condenado pelo suposto roubo dos dólares.




Nota do Blogueiro: A respeito da ficha de Dilma Roussef publicada neste post, é necessário algumas considerações:
1. É fato público e notório que a dita "ficha de Dilma" há muito tempo circula na internet e que eu em momento algum me envergonho de publicá-la, tendo em vista que, embora a própria ministra conteste a sua veracidade, foi ela mesma que se referiu ao documento e por este motivo e embasado no fato de que vivemos em uma democracia, num país com povo livre, este tem o direito de saber o que já foi publicado a respeito de uma pré-canditada à sucessão presidencial;
2. Também é fato que em abril do ano passado o jornal Folha de São Paulo em suas edições impressas e on line publicou a dita ficha, sem saber no entanto se a mesma é verdadeira ou falsa e que à época a ministra Dilma contratou dois peritos para analisarem a imagem chegando estes à conclusão de que se tratava de uma montagem, mesmo sem terem em mãos o documento físico original (falso ou não, que fosse) para confrontá-lo;
3. A controvérsia em torno desta ficha persiste até hoje. O jornal refutou, dizendo que não poderia garantir que a ficha era verdadeira, mas tão pouco comprovar que era falsa. Dilma insistiu e enviou ao jornal os dois laudos contratados por ela, junto a peritos da Universidade Nacional de Brasília (UnB) e Unicamp. O jornal insistiu que não poderia garantir que a ficha era falsa, por não ter o original para comparar – um contra-senso que, levado ao pé da letra, legitimaria qualquer falsificação.
4. Um eventual erro jornalístico, ou nesse caso, do blog, que pode ser corrigido, não é desculpa para fraudar a história. Quem atua na organização de um grupo terrorista e homicida não tem por que se orgulhar, não. E noto que Dilma diz que “feliz ou infelizmente”, não participou da ação propriamente dita. “Feliz ou infelizmente”? Isso quer dizer que ela ainda tem dúvidas se os homicidas que estavam do seu lado agiram certo ou errado? Ainda hoje a ministra discrimina os assassinos? Os que eram seus aliados eram mais respeitáveis do que os adversários?
5. Se a ficha é falsa, que se corrija a informação. Mas é certo que, na “organização” da VAR-Palmares, Dilma não se encarregava de lavar pratos ou de cuidar da contabilidade. Ela tem todo o direito de ver a sua história contada de acordo com os fatos. E o Brasil também.

E que o eventual erro não seja usado como pretexto para tentar intimidar a imprensa. A ministra merece a verdade. Nada mais do que a verdade.

6 comentários:

  1. Sargento será que o senhor não se envergonha de publicar uma "ficha" sabidamente falsa?

    A FOLHA DE SÃO PAULO já pagou o maior mico por reproduzir este documento falso. O senhor vai ser o próximo?

    O RDPM da PM da Bahia ensina ao militar pautar-se pela verdade. E aí no RS? É diferente?

    Com todo respeito, mas acredito que a polícia é a mesma no Brasil, com ou sem m ditadura, sempre inimiga do cidadão e dos Direitos Humanos, sempre inimiga do cumprimento das leis, tal é a conclusão que posso fazer de sua defesa da ditadura e das agressões aos heróis do povo que a combateram.

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  2. Sr Luiz Brasileiro;
    O seu comentário só foi publicado porque este é um espaço democrático, muito embora suas colocações só demonstrem o desprezo e o ranço persistente de alguns contra as instituições policiais, principalmente a PM.
    Deixo bem claro que não defendo a ditadura e nem os militantes terroristas da época que ao invés de só quererem derrubar um governo autoritário, queriam na verdade instaurar um comunismo ferrenho em nosso país.
    Defendo sim a verdade, e que seja criada uma comissão não só responsável por apurar os crimes praticados pela ditadura, mas também os crimes praticados por muitos dos seus ditos "heróis" terroristas, assassinos e assaltantes de bancos. É óbvio que hoje, com esse governo exercido por antigos "militantes" dificilmente irá cortar na própria carne, porque se assim o fizesse, a própria ministra teria que desistir de sua candidatura.

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  3. O Luiz tá generalizando todas as polícias como sendo defensoras da ditadura e as acusando de serem inimigas do cidadão. A generalização costuma ser um recurso fácil que oculta realidades. Ao contrário de resultar de uma reflexão madura, a generalizaão frequentemente é fruto de um senso comum que simplifica o complexo e amplifica o preconceito e a mentira; estaciona no confortável espaço da homogeneização e neutraliza a diversidade e os indivíduos. Se alimenta de estereótipos e da ausência de discernimento e muito provavelmente da falta de caráter e de pensamento. É uma lástima que ainda tenhamos gente tão pequena assim, como esse Luiz bra... o que mesmo?

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  4. Fala aí, Sargento, matou a pau, é isso aí! Se a ficha é falsa, isso é só um detalhe que pode ser corrigido, mas os crimes descritos na ficha são verdadeiros, baseados em fatos reais e que foram extraídos de outros documentos. Aliás, a Dilma teve acesso exclusivo aos documentos fechados, foi isso? E ninguém mais tem? Tem mais é que mostrar mesmo quem são os candidatos, pois temos o direito de saber em quem votar.

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  5. Pertinente a exposição da "ficha" da ministra Dilma. Devemos realmente estudar e dialogar a respeito daqueles que ocupam cargos descisórios e o ocupante de um cargo de presidencial deve ter a sua vida esquadrinhada. É oportuno refletirmos também que aquele era um período bastante truncado da história contemporânea latino-americana, e que tiranos e vitimas estavam em ambos os lados. A cidadã Dilma lutou pelos interesses que a sua ideologia defendia, o que é justo. O estado lutou para defender as suas questões. O choque fora inevitável e ainda hoje sentimos a reverberação daqueles acontecimentos. Julgar como mocinhos ou vilões quem daquela época utilizou das armas disponíveis para defender seus ideais, seguramente leva a um equivoco temporal histórico grave. Contudo, crimonosos devem ser responsabilizados e apontados e não tratados como figuras heróicas. Seja agente estatal seja militante. Mas é válido a discussão. Esperamos a apresentação de outros candidatos.

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  6. Por que as pessoas tem medo de saber a verdade? comodismo, covardia, ou não gostam de ser confrontadas? Claro, todo mundo quer um prato pronto para não ter que cozinhar. Cozinhar inclusive os miolos para decidir em quem votar. Afinal achar politico idoneo no Brasil é como procurar uma agulha o palheiro.

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